A DOUTRINA ANGLICANA

 

01. O Credo Apostólico

Creio em Deus, Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra; E em Jesus Cristo seu único Filho, Nosso Senhor: O qual foi concebido por obra do Espírito Santo, Nasceu da Virgem Maria; Padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, Foi crucificado, morto e sepultado; Desceu ao Hades; Ressuscitou ao terceiro dia; Subiu ao céu, E está sentado à mão direita de Deus Pai Todo-poderoso: Donde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo; Na santa Igreja Católica; Na comunhão dos santos; Na remissão dos pecados; Na ressurreição do corpo; E na Vida Eterna. Amém.

02. O Credo Niceno

Creio em um só Deus, Pai Onipotente, Criador do céu e da terra e de todas as coisas visíveis e invisíveis. E em um só Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus; Gerado de seu Pai antes de todos os mundos, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus Verdadeiro  de Deus Verdadeiro; Gerado, não criado; Consubstancial com o Pai; Por quem todas as coisas foram feitas: O qual por nós homens e pela nossa salvação desceu do céu e encarnou, por obra do Espírito Santo, da Virgem Maria, e foi feito homem: Foi também crucificado por nós, sob o poder de Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado; e ao terceiro dia ressuscitou, segundo as Escrituras; e subiu ao céu, e está sentado à mão direita do Pai; e virá outra vez com glória, a julgar os vivos e os mortos; E o seu reino não terá fim. E creio no Espírito Santo, Senhor, e Doador da Vida, Procedente do Pai e do Filho; O qual com o Pai e o Filho juntamente é adorado e glorificado; O qual falou pelos profetas; E creio na Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica; reconheço um só batismo para remissão de pecados; e espero a Ressurreição dos mortos; e a vida do mundo vindouro. Amém.

03. Os Trinta e Nove Artigos de Religião

39 artigos e cranmer

I. DA FÉ NA SANTÍSSIMA TRINDADE

HÁ UM ÚNICO DEUS, vivo e verdadeiro, eterno, sem corpo, indivisível não sujeito a paixões, de infinito poder, sabedoria e bondade; Criador e Sustentador de todas as coisas visíveis e invisíveis. E na unidade desta Divindade há  três  Pessoas, da  mesma substância, poder e eternidade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

II. DO VERBO OU FILHO DE DEUS, QUE SE FEZ VERDADEIRO HOMEM

O FILHO, que é o Verbo do Pai, gerado da eternidade do Pai, verdadeiro e sempiterno Deus, e consubstancial com o Pai, tomou a natureza humana no ventre da bendita virgem e da Sua substância; de sorte que as duas inteiras e perfeitas Naturezas, isto é, Divina e Humana, se uniram em uma Pessoa, para nunca mais se separarem, das quais resultou Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem; que verdadeiramente padeceu foi crucificado, morto e sepultado, para  reconciliar Seu Pai conosco, e ser vítima, não só pela culpa original, mas também pelos atuais pecados dos homens.

III. DA DESCIDA DE CRISTO AO HADES

ASSIM como Cristo morreu por nós, foi sepultado; assim também deve ser crido que desceu ao Hades.

IV. DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO

CRISTO verdadeiramente ressuscitou dos mortos e tomou de novo o Seu corpo, com carne, ossos e tudo o mais pertencente à perfeição da natureza humana; com o que subiu ao Céu, e lá está assentado, até que volte a julgar todos os homens, no último dia.

V. DO ESPÍRITO SANTO

O ESPÍRITO SANTO, procedente do Pai e do Filho, é da mesma substância, majestade e glória que o Pai e o Filho, verdadeiro e eterno Deus.

VI. SUFICIÊNCIA DAS ESCRITURAS SAGRADAS PARA A SALVAÇÃO.

AS ESCRITURAS SAGRADAS contém todas as coisas necessárias para a salvação; de modo que tudo o que nela não se lê, nem por ela se pode provar, não deve ser exigido de pessoa alguma que seja crido como artigo de Fé ou julgado como exigido ou necessário para a salvação. Pelo nome de Escrituras Sagradas entendemos os Livros  canônicos do Antigo e Novo Testamentos, de cuja autoridade jamais houve qualquer dúvida na Igreja.

OS NOMES E NÚMERO DOS LIVROS CANÔNICOS

  1. Gênesis
  2. Êxodo
  3. Levítico
  4. Números
  5. Deuteronômio
  6. Josué
  7. Juízes
  8. Rute
  9. Primeiro Livro de Samuel
  10. Segundo Livro de Samuel
  11. Primeiro Livro dos Reis
  12. Segundo Livro de Reis
  13. Primeiro Livro das Crônicas
  14. Segundo Livro das Crônicas
  15. Livro de Esdras
  16. Livro de Neemias
  17. Livro de Ester
  18. Livro de Jó
  19. Salmos
  20. Provérbios
  21. Eclesiastes ou Pregador
  22. Cântico dos Cânticos
  23. Os Quatros Profetas Maiores
  24. Os Doze Profetas Menores

E os outros Livros (como diz Jerônimo), a Igreja os lê para exemplo de vida e instrução de costumes; mas não os aplica para estabelecer doutrina alguma. São os seguintes:

  1. Terceiro Livro de Esdras
  2. Quarto Livro de Esdras
  3. Livro de Tobias
  4. Livro de Judite
  5. Livro de Ester
  6. Livro da Sabedoria
  7. Jesus Filho de Siraque
  8. O Profeta Baruque
  9. O Cântico dos Três Jovens
  10. A História de Susana
  11. E Bel e o Dragão
  12. Oração de Manassés
  13. Primeiro Livro de Macabeus
  14. Segundo Livro dos Macabeus

Recebemos e contamos por canônicos todos os Livros do Novo Testamento, como são comumente recebidos.

VII. DO ANTIGO TESTAMENTO

O ANTIGO TESTAMENTO não é contrário ao Novo; porquanto em ambos, tanto no Antigo como no Novo, se oferece a vida eterna ao gênero humano, por Cristo, que é o único Mediador entre Deus e o homem, sendo Ele mesmo Deus e Homem. Portanto, não devem ser ouvidos os que pretendem que os antigos Pais só esperaram promessas transitórias. Ainda que a Lei de Deus, dada por meio de Moisés, no que respeita a Cerimônia e Ritos, não obrigue os cristãos, nem devam ser recebidos necessariamente os seus preceitos civis em nenhuma comunidade; todavia, não há cristão algum que esteja isento da obediência aos Mandamentos que se chamam Morais.

VIII. DOS TRÊS CREDOS

OS TRÊS CREDOS a saber: os Credos Niceno, Atanasiano e o que normalmente se chama Credo ou  “Símbolo dos Apóstolos” devem ser inteiramente recebidos e cridos; porque se podem provar com autoridades inegáveis das  Sagradas Escrituras.

IX. DO PECADO ORIGINAL

O PECADO original não consiste na imitação de Adão (como em vão propagam os pelagianos); é, porém, a falta e corrupção da Natureza de todo homem, gerado naturalmente da semente de Adão; pelas quais o homem dista muitíssimo da retidão original e é de sua própria natureza inclinada ao mal, de sorte que a carne sempre cobiça contra o Espírito; e, por isso, toda a pessoa que nasce neste mundo merece a ira e a condenação de Deus. E esta contaminação da natureza ainda permanece também nos regenerados, pela qual o apetite carnal, chamado em grego phronâma sarkos (que uns interpretam sabedoria e outros, sensualidade, outros, afeição, e outros, desejo carnal), não é sujeito à Lei de Deus. E apesar de que não há condenação para os que creem e são batizados, contudo o Apóstolo confessa que a concupiscência e luxúria têm de si mesmas a natureza do pecado.

10. DO LIVRE-ARBÍTRIO

A CONDIÇÃO do Homem depois da queda de Adão é tal que ele não pode converter-se e preparar-se a si mesmo, por sua própria força natural e boas obras, para a fé e invocação a Deus. Portanto, não temos o poder de fazer boas obras agradáveis e aceitáveis a Deus, sem que a graça de Deus por Cristo nos preceda, para que tenhamos boa vontade, e coopere conosco enquanto temos essa boa vontade.

XI. DA JUSTIFICAÇÃO DO HOMEM

SOMOS reputados justos perante Deus, somente pelo mérito de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo pela Fé, e não por nossos próprios merecidos e obras. Portanto, é doutrina mui saudável e cheia de consolação que somos justificados somente pela Fé, como se expõe mais amplamente na Homilia da Justificação.

XII. DAS BOAS OBRAS

AINDA que as Boas obras, que são os frutos da Fé, e seguem a Justificação, não possam expiar os nossos pecados, nem suportar a severidade do juízo de Deus, são, todavia, agradáveis e aceitáveis a Deus em Cristo e brotam necessariamente de uma verdadeira e viva Fé; tanto que por elas se pode conhecer tão evidentemente uma Fé viva como uma árvore  se julga pelo fruto.

XIII. DAS OBRAS ANTES DA JUSTIFICAÇÃO

AS OBRAS feitas antes da graça de Cristo e da Inspiração de seu Espírito, não são agradáveis a Deus, porquanto não procedem da fé em Jesus Cristo; nem fazem homens dignos de receber a graça, nem (como dizem os autores escolásticos) merecem a graça de congruidade; muito pelo contrário, visto que elas não são feitas como Deus quis e ordenou que fossem feitas, não duvidamos terem elas a natureza do pecado.

XIV. DAS OBRAS DE SUPERROGAÇÃO

AS OBRAS voluntárias, que excedem os Mandamentos de Deus, e que se chamam Obras de Superrogação, não se podem ensinar sem arrogância e impiedade; porque por elas declaram os homens que não se rendem a Deus tudo a que são obrigados, mas também a favor dele fazem mais do que como rigoroso dever lhes é exigido; ainda que Cristo claramente tenha dito: Quando fizerdes tudo o que vos estás ordenado dizei: Somos servos inúteis.

XV. DE CRISTO ÚNICO SEM PECADO

CRISTO, na verdade de nossa natureza, foi semelhante a nós em todas as coisas, exceto no pecado, do qual foi totalmente isento, tanto na sua carne como no seu Espírito. Ele veio para ser o Cordeiro imaculado, que, pelo sacrifício de si mesmo uma vez oferecido, tirou os pecados do mundo; e o pecado (como diz Apóstolo João) não estava nele. Mas nós, os demais homens, posto que batizados, e nascidos de novo em Cristo, ainda pecamos em muitas coisas; e se dissermos que não temos pecado, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós.

XVI. DO PECADO DEPOIS DO BATISMO

NEM todo pecado mortal voluntariamente cometido depois do Batismo é pecado contra o Espírito Santo, e irremissível. Pelo que não se deve negar a graça do arrependimento aos que tiverem caído em pecado depois do batismo. Depois de termos recebido o Espírito Santo, podemos apartar-nos da graça concedida, e cair em pecado, e pela graça de Deus levantar-nos de novo, e corrigir nossa vida. Devem, portanto, ser condenados os que dizem que já não podem pecar mais, enquanto aqui vivem, ou os que negam a oportunidade de perdão às pessoas verdadeiramente arrependidas.

XVII. DA PREDESTINAÇÃO E ELEIÇÃO

A PREDESTINAÇÃO para a Vida é o eterno propósito de Deus, pelo qual (antes de lançados os fundamentos do mundo) tem constantemente decretado por seu conselho a nós oculto, livrar da maldição e condenação os que elegeu em Cristo dentre o gênero humano, e conduzi-los por Cristo à salvação eterna, como vasos feitos para honra. Por isso os que se acham dotados de um tão excelente benefício de Deus são chamados segundo o propósito de Deus, por seu Espírito,  operando no tempo devido; pela Graça obedecem à vocação, são justificados gratuitamente; são feitos Filhos de Deus por adoção; são criados conforme à imagem de seu Unigênito Filho Jesus Cristo; vivem religiosamente em boas obras, e enfim chegam, pela misericórdia de Deus, à felicidade eterna.

Assim como a pia consideração da Predestinação, e da nossa Eleição em Cristo, é cheia de um doce, suave e inexplicável conforto para as pessoas devotas, e os que sentem em si mesmos a operação do Espírito de Cristo, mortificando as obras da carne, e seus membros terrenos, e a sua fé na salvação eterna que hão de gozar por meio de Cristo, mas porque de modo veemente acende o seu amor para com Deus; assim para as pessoas curiosas e carnais, destituídas do Espírito de Cristo, o ter de contínuo diante dos seus olhos a sentença da Predestinação de Deus é um precipício muitíssimo perigoso, por onde o Diabo as arrasta ao desespero, ou a que vivam na indignidade dos seres mais impuros, de maneira não menos perigosa que o desespero.

Além disso, devemos receber as promessas de Deus do modo que nos são geralmente propostas nas Escrituras Sagradas e seguir em nossas obras a Vontade de Deus, que nos é expressamente declarada na sua Palavra.

XVIII. DA OBTENÇÃO DA SALVAÇÃO ETERNA UNICAMENTE PELO NOME DE CRISTO

DEVEM ser também tidos por amaldiçoados os que se atrevem a dizer que todo o homem será salvo pela Lei ou pela Seita que professa, contanto que seja cuidadoso em moldar sua vida segundo essa lei e o lume da Natureza. Porque as Sagradas Escrituras somente nos propõem o Nome de Jesus Cristo, como único meio pelo qual os homens se hão de salvar.

XIX. DA IGREJA

A IGREJA visível de Cristo é uma congregação de fiéis, na qual é pregada a pura Palavra de Deus, e são devidamente ministrados os Sacramentos conforme a Instituição de Cristo em todas as coisas que necessariamente se exigem neles.

Assim como a Igreja de Jerusalém, de Alexandria e de Antioquia, erraram; assim também a Igreja de Roma errou, não só quanto às suas práticas, ritos e cerimônias, mas também em matéria de Fé.

XX. DA AUTORIDADE DA IGREJA

A IGREJA tem poder de decretar Ritos ou Cerimônias e autoridade nas Controvérsias da Fé; todavia não é lícito à Igreja ordenar coisa alguma contrária à Palavra de Deus escrita, nem expor um lugar das Escrituras de modo que repugne a outro. Portanto, mesmo que a Igreja seja testemunha e guarda das Escrituras Sagradas, todavia, assim como não é lícito decretar coisa alguma contra elas, também não deve obrigar que seja acreditada coisa alguma que nelas não se encontra, como necessária para a salvação.

XXI. DA AUTORIDADE DOS CONCÍLIOS GERAIS

CONCÍLIOS Gerais não devem ser reunidos sem o mandamento e a vontade de Príncipes. E quando eles se reúnem (sendo uma assembléia de homens, onde nem todos são regidos pelo Espírito e pela Palavra de Deus) podem errar, e às vezes têm errado, mesmo nas coisas pertencentes a Deus. Portanto, o que por eles é ordenado como necessário à salvação não possui força nem autoridade, exceto se for declarado que eles o extraíram das Sagradas Escrituras.

XXII. DO PURGATÓRIO

A DOUTRINA romana relativa a Purgatório, Indulgências, Veneração e Adoração tanto de Imagens como de Relíquias, e também a Invocação dos Santos, é uma coisa fútil e inventada em vão, que não se fundamenta em testemunho algum das Escrituras, mas ao contrário repugna a Palavra de Deus. 

XXIII. DA MINISTRAÇÃO NA IGREJA

A NINGUÉM é lícito tomar sobre si o cargo de pregar publicamente, ou administrar os Sacramentos na Congregação, antes que seja legalmente chamado, e enviado a executá-lo. E devemos julgar por legalmente chamados e enviados aqueles que tiverem sido escolhidos e chamados para essa obra pelos homens revestidos publicamente de autoridade, dada a eles na Congregação, para chamar e enviar Ministros à vinha do Senhor.

XXIV. DA LÍNGUA VERNÁCULA NO CULTO

REPUGNA evidentemente à Palavra de Deus e ao costume da Igreja Primitiva dizer Orações públicas na Igreja, ou administrar os Sacramentos em língua que o povo não entenda.

XXV. DOS SACRAMENTOS

REPUGNA evidentemente à Palavra de Deus e ao costume da Igreja Primitiva dizer Orações públicas na Igreja, ou administrar os Sacramentos em língua que o povo não entenda.

OS SACRAMENTOS instituídos por Cristo não são unicamente designações ou indícios da profissão dos cristãos, mas antes testemunhos certos e firmes, e sinais eficazes da graça e da boa vontade de Deus para conosco, pelos quais ele opera invisivelmente em nós, e não só vivifica, mas também fortalece e confirma a nossa Fé nele.

São dois os Sacramentos instituídos por Cristo Nosso Senhor no Evangelho, isto é, o Batismo e a Ceia do Senhor.

Os cinco vulgarmente chamados Sacramentos, isto é, Confirmação, Penitência, Ordens, Matrimônio, Extrema Unção, não devem ser contados como Sacramentos do Evangelho, tendo em parte emanado de uma viciosa imitação dos Apóstolos, e sendo em parte estados de vida aprovados nas Escrituras; não têm, contudo, a mesma natureza de Sacramentos peculiar ao Batismo e à Ceia do Senhor, porque não têm sinal algum visível  ou cerimônia instituída por Deus.

Os Sacramentos não foram instituídos por Cristo para servirem de espetáculo, ou para serem levados em procissão, mas sim para os utilizarmos de forma devida. É só nas pessoas que dignamente os recebem é que há um saudável efeito ou operação; mas os que indignamente os recebem adquirem para si mesmos a condenação, como diz São Paulo.

XXVI. DA INDIGNIDADE DOS MINISTROS, A QUAL NÃO IMPEDE O EFEITO DOS SACRAMENTOS

AINDA que na Igreja visível os maus sempre estejam misturados com os bons, e às vezes os maus tenham a principal autoridade na Administração da Palavra e dos Sacramentos, todavia, como não o fazem em seu próprio nome mas no de Cristo, e em comissão e por autoridade dele administram, podemos usar do seu Ministério, tanto em ouvir a Palavra de Deus, como em receber os Sacramentos. Nem o efeito da ordenança de Cristo é tirado pela sua iniquidade; nem a graça dos dons de Deus diminui para as Pessoas que com fé e devidamente recebem os de Cristo apesar de serem administrados por homens maus.

Não obstante, à disciplina da Igreja pertence que se inquira acerca dos Ministros maus, e que sejam estes acusados por quem tenha conhecimento de seus crimes; e sendo, enfim, reconhecidos culpados, sejam depostos mediante justa sentença.

XXVII. DO BATISMO

O BATISMO não só é um sinal de profissão, e marca de diferença, com que se distinguem os Cristãos dos que não o são, mas também, um sinal de Regeneração ou Novo Nascimento, pelo qual, como por instrumento, os que recebem o Batismo devidamente são enxertados na Igreja; as promessas da remissão dos pecados, e da nossa adoção como Filhos de Deus pelo Espírito Santo, são visivelmente marcadas e seladas, a Fé é confirmada, e a Graça, aumentada por virtude da oração a Deus.

O Batismo das Crianças deve conservar-se de qualquer modo na Igreja como sumamente conforme a instituição de Cristo. 

XXVIII. DA CEIA DO SENHOR

A CEIA DO SENHOR não é só um sinal do mútuo amor que os cristãos devem ter uns para com os outros; mas antes é um Sacramento da nossa Redenção pela morte de Cristo, de sorte que para os que devida e dignamente, e com fé o recebem, o Pão que partimos é uma participação do Corpo de Cristo; e de igual modo o Cálice da Bênção é uma participação do Sangue de Cristo.

A transubstanciação (ou mudança da substância do Pão e do Vinho) na Ceia do Senhor, não se pode provar pelas Escrituras Sagradas; mas antes repugna as palavras terminantes das Escrituras, subverte a natureza de Sacramento e tem dado ocasião a muitas superstições. O Corpo de Cristo é dado, tomado e comido na Ceia, somente de um modo celeste e espiritual. E o meio pelo qual Corpo de Cristo é recebido e comido na Ceia é a Fé.

O Sacramento da Ceia do Senhor não foi pela ordenança de Cristo reservado, nem levado em procissão, nem elevado, nem adorado.

XXIX. DOS ÍMPIOS, QUE NÃO COMEM O CORPO DE CRISTO NA MESA DO SENHOR

OS ÍMPIOS, e os destituídos da fé viva, ainda que carnal e visivelmente comprimam com os dentes (como diz santo Agostinho) o Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo, nem por isso são de maneira alguma participantes de Cristo; mas antes, para sua condenação, comem e bebem o sinal ou Sacramento de uma coisa tão importante.

XXX. DE AMBAS AS ESPÉCIES

O CÁLICE do Senhor não se deve negar aos Leigos, porque ambas as partes do Sacramento do Senhor por instituição à ordem de Cristo devem ser administradas a todos os cristãos igualmente.

XXXI. DA ÚNICA OBLAÇÃO DE CRISTO CONSUMADA NA CRUZ

A OBLAÇÃO uma vez consumada é a perfeita redenção, propiciação e satisfação por todos os pecados, tanto original como atuais, do mundo inteiro; e não há nenhuma outra satisfação pelos pecados, senão esta unicamente. Portanto, os sacrifícios das Missas nos quais vulgarmente se dizia que o Ministro oferecia Cristo para a remissão de pena ou culpa, pelos vivos e mortos, são fábulas blasfemas e enganos perigosos.

XXXII. DO CASAMENTO DOS MINISTROS

OS BISPOS, Presbíteros e Diáconos não são obrigados, por preceito algum da lei de Deus, a voltar-se ao estado celibatário, ou abster-se do matrimônio; portanto é-lhes lícito, como aos demais cristãos, casar como entenderem, se julgarem que isso lhes é mais útil para viverem religiosamente.

XXXIII. COMO DEVEMOS EVITAR AS PESSOAS EXCOMUNGADAS

AQUELE que por denúncia pública da Igreja for justamente separado da unidade da Igreja, e suspenso da Comunhão, deve ser tido por pagão e publicano por todos os fiéis, até que seja, mediante penitência, recebido na Igreja por um juiz que tenha autoridade para isso.

XXXIV. DAS TRADIÇÕES DA IGREJA

NÃO é necessário que as Tradições e Cerimônias sejam em toda a parte as mesmas, ou totalmente semelhantes; porque em todos os tempos têm sido diversas, e podem ser alteradas segundo a diversidade dos países, tempos e costumes dos homens, contanto que nada se estabeleça contrário à Palavra de Deus. Todo aquele que por seu particular juízo, com ânimo voluntário e deliberado, quebrar manifestamente as Tradições e Cerimônias da Igreja, que não são contrários à Palavra de Deus, e se acham estabelecidas e aprovadas pela autoridade comum (para que outros temam fazer o mesmo), deve ser publicamente repreendido, como quem ofende a ordem comum da Igreja, fere a autoridade do Magistrado e vulnera as consciências dos irmãos débeis. Toda a igreja particular ou nacional tem autoridade para ordenar, mudar e abolir as Cerimônias ou Ritos da Igreja, instituídos unicamente pela autoridade humana, contanto que tudo se faça para a edificação.

XXXV. DAS HOMILIAS

O SEGUNDO Livro das Homilias, cujos títulos reunimos abaixo neste Artigo, contêm doutrina pia, saudável e necessária para estes tempos, como também o primeiro Livro das Homilias, publicado ao tempo de Edward VI, e portanto julgamos que devem ser lidas pelos  Ministros, diligente e distintamente nas Igrejas, para que sejam entendidas pelo povo.

DOS NOMES DAS HOMILIAS

  1. Do uso correto da Igreja
  2. Contra o Perigo da Idolatria
  3. Uso do reparo e asseio das Igrejas.
  4. Das boas Obras: principalmente do Jejum.
  5. Contra a Glutonaria e Embriaguez.
  6. Contra o Luxo do Vestuário.
  7. Da Oração.
  8. Do Lugar e Tempo da Oração.
  9. De como Orações e Sacramentos se devem administrar em língua conhecida.
  10. Da reverente Estima à Palavra de Deus.
  11. Das Esmolas
  12. Da Natividade de Cristo.
  13. Da Paixão de Cristo.
  14. Da Ressurreição de Cristo.
  15. Da digna recepção do Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo.
  16. Dos Dons do Espírito Santo.
  17. Para os dias de Rogações.
  18. Do Estado do Matrimônio.
  19. Do Arrependimento.
  20. Contra a Ociosidade.
  21. Contra a Rebelião. 

Este Artigo é recebido nesta Igreja enquanto declara que os Livros das Homilias são explicações da Doutrina Cristã,  e se destinam à instrução na piedade e moralidade. As referências à Constituição e Leis da Inglaterra são, porém, consideradas inaplicáveis às circunstâncias desta Igreja. Está suspensa também a Ordem para leituras das referidas Homilias nas Igrejas até que se proceda a revisão que se impõem para livrá-las, tanto de palavras obsoletas, como das referências de natureza local. 

XXXVI. DA CONSAGRAÇÃO DE BISPOS E MINISTROS

O LIVRO de Consagração de Arcebispos e Bispos e ordenação de Presbíteros e Diáconos, acontecido no tempo do Rei Edward VI, contém todas as coisas necessárias à referida Consagração e ordenação; não há nele coisa alguma que seja por si mesma supersticiosa  e ímpia. Por consequência, todos aqueles que tenham sido consagrados ou ordenados segundo os ritos do referido Livro, desde o segundo ano do reinado do Rei Edward VI até os dias de hoje, ou que  aos que forem consagrados e ordenados segundo os mesmo ritos, são e serão reta, canônica e licitamente  consagrados e ordenados.

XXXVII. DO PODER DOS MAGISTRADOS CIVIS

A MAJESTADE do Rei tem o supremo poder no Reino da Inglaterra, e nos outros seus domínios; pertence-lhe o supremo governo de todos os Estados do referido reino, assim eclesiásticos como civis, em todas as suas causas, e não é, e nem pode ser sujeito a nenhuma jurisdição estrangeira. Quando atribuímos à Majestade o Rei, o supremo governo (título que, segundo havemos alcançado, temos ofendido os ânimos de alguns caluniadores), não queremos dar aos nossos Príncipes a administração da Palavra de Deus, nem a dos Sacramentos, coisas que as mesmas ordenanças ultimamente promulgadas pela Rainha Elizabeth I, provam com maior evidência; mas unicamente a prerrogativa que nas Sagradas Escrituras vemos, foi sempre dada por Deus a todos  os Príncipes piedosos; isto é, que todos eles governassem, mantendo  em seu dever  todos os estados e classes entregues por Deus a todos os Príncipes piedosos; isto é, que eles governassem, mantendo em seu dever todos os estados e classes entregues por Deus a seu cargo fossem  eclesiásticos ou temporais, refreassem com espada civil os contumazes  e malfeitores.

O Bispo de Roma não tem jurisdição alguma no reino da Inglaterra.

As leis do Reino poderão castigar os cristãos com pena de morte, por crimes graves e capitais.

É lícito aos cristãos, por ordem do Magistrado, pegar em armas e servir nas forças armadas.

As referências à Constituição e Leis da Inglaterra são porém, consideradas inaplicáveis em nosso país, tendo em vista a Constituição da República Federativa do Brasil, não aplicar a pena de morte por ser considerada inconstitucional.

XXXVIII. DE QUE NÃO SÃO COMUNS OS BENS ENTRE OS CRISTÃOS

AS RIQUEZAS e Bens dos cristãos não são comuns quanto ao direito, título e posse, como falsamente apregoam certos anabatistas. Todos, no entanto, das coisas que possuem, devem dar liberalmente ajuda aos pobres, segundo o seu poder.

XXXIX. DO JURAMENTO DE UM CRISTÃO

ASSIM como confessamos que o Juramento vão e temerário é proibido aos cristãos por Nosso Senhor Jesus Cristo, e por Tiago, seu Apóstolo, assim também julgamos que a Religião Cristã de nenhum modo proíbe que uma pessoa jure quando o Magistrado o exige em causa de fé e caridade, contanto que isto se faça segundo a doutrina do Profeta, em justiça, juízo e verdade.

 

04. QUADRILÁTERO DE LAMBETH

La rosa de los Vientos-Escudo anglicano

O quadrilátero de Chicago-Lambeth representa o resumo da fé  Anglicana. A Rosa dos Ventos foi desenhada pelo cônego Edward West da Catedral de São João Teólogo em Nova York em 1954. No centro, a cruz de São Jorge representa as raízes inglesas do anglicanismo, enquanto o texto grego – “a verdade vos libertará” – foi usado pelo Arcebispo Fisher em seu sermão no segundo Congresso Internacional Anglicano. A Rosa dos Ventos simboliza a presença do Anglicanismo no mundo todo e a mitra relembra a autoridade episcopal a qual se submetem os Anglicanos. Suas quatro afirmações são as seguintes:
1. As Sagradas Escrituras do Antigo e do Novo Testamento que “contêm todas as coisas necessárias para a salvação” e como a regra e máxima norma de fé.
2. O Credo dos Apóstolos, como o símbolo batismal; e o Credo Niceno, como declaração suficiente da Fé cristã.
3. Os dois sacramentos — o Batismo e a Ceia do Senhor — administrados com o uso indefectível das palavras da instituição de Cristo e os elementos ordenados por Ele.
4. O Episcopado Histórico, adaptado localmente em seus métodos de administração às diversas necessidades das nações e povos chamados por Deus à unidade de sua Igreja.

 

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(Bispo Albert Chambers)

05. Afirmação de Saint Louis

Introdução
No outono de 1977, na Festa da Santa Cruz, dois mil fiéis episcopais se reuniram para conservar a fé una vez dada aos santos, como resultado das mudanças na teologia da  igreja, os pedidos e liturgia, Perry Laukhuff, o Presidente da Sociedade de Clérigos Zelosos se dirigiu à seção inaugural do Congresso de St. Louis assim: “Sua presença é um testemunho de nossa fé mutua que temos em Cristo Jesus, Sua presença é uma prova de sua preocupação pela continuidade dessa fé …. Juntos, estamos aqui manifestamos nossa intensão de remover de nós mesmos qualquer erro e salvar nossa Igreja Apostólica. Oramos para que Deus e o Espírito Santo guie e abençoe este Congresso e que tudo o que fizermos aqui possa ser para a gloria de Deus o Pai e o Filhi …. “
Assim começou o caminho da fé e a batalha espiritual para preservar la Fé através da tradição anglicana. Estes princípios reiteram nossa fidelidade em preservar a fé e a ordem apostólica a través da continuação del anglicanismo, a fé que se fundamenta nas  Sagradas Escrituras, a ortodoxia sacramental e a validade apostólica. Prosseguimos em  celebrar nossa vida de fé no Senhor Jesus através de Sua Igreja, ordens apostólicas, Sacramentos e Liturgia como o Senhor ensinou: Como os Apóstolos pregaram e como os Pais da Fé preservaram.
EM NOME DO PAI E DO FILHO E DO ESPÍRITO SANTO. AMÉM.

DA CONTINUAÇÃO DO ANGLICANISMO.
Nós afirmamos que a Igreja de nossos pais, sustentada pela Trindade Santa, ainda vive, e que nós, temos sido movidos pelo Santo Espírito a caminhar unicamente neste caminho, estamos determinados a continuar na Fé Católica, na Ordem Apostólica, na Adoração Ortodoxa e no Testemunho Evangélico da tradicional Igreja Anglicana, fazendo todas as coisas necessárias para a continuação da mesma. Nós estamos decididos e esforçando-nos nesta decisão pelo conhecimento de que muitas províncias e dioceses da Comunhão Anglicana têm continuado leiais na mesma Fé, Ordem, Adoração e Testemunho, e que elas continuam a conferir ordenação ao sacerdócio e ao episcopado aos varões. Nós nos regozijamos por estes fatos e afirmamos nossa solidariedade a estas províncias e dioceses.

DA DISSOLUÇÃO DA ESTRUTURA DA IGREJA ANGLICANA:
Nós afirmamos que a Igreja Anglicana do Canadá e a Igreja Episcopal Protestante nos Estados Unidos da América, com sua tentativa ilegal de modificar a Fé, Ordem e Moralidade (especialmente em seu Sínodo Geral de 1975 e Convenção Geral de 1976) têm se afastado da Igreja de Cristo Una, Santa Católica e Apostólica.

DA NECESSIDADE DE CONTINUAR A ORDEM NA IGREJA:
Nós afirmamos que todos os governos eclesiásticos anteriores, tendo sido fundamentalmente enfraquecidos pelos atos cismáticos dos Concílios ilegais, são inteiramente sem efeito sobre nós, e que nós devemos agora reordenar a disciplina ortodoxa assim como nos esforçaremos na continuação de nossa vida e comum e testemunho.

DA INVALIDEZ DA AUTORIDADE CISMÁTICA:
Nós afirmamos que a alegação de qualquer uma destas pessoas ou corpos cismáticos de agirem contra qualquer membro da Igreja, clérigo ou leigo, pelo seu testemunho à Fé integral não tem autoridade na verdadeira Igreja de Cristo, e que qualquer proibição, deposição ou disciplina será sem efeito e é absolutamente nula e ilegal.

DA NECESSIDADE DE PRINCÍPIOS E DE UMA CONSTITUIÇÃO:
Nós afirmamos que princípios fundamentais (doutrinário, moral e constitucional) são necessários neste momento, e que a Constituição (reparando os defeitos e abusos de nossos governantes anteriores) deverão ser adotados, através dos quais a Igreja possa ser convenientemente continuada.

DA CONTINUIDADE DA COMUNHÃO COM CANTERBURY:
Nós afirmamos que persistimos na relação de comunhão com a Sé de Canterbury e com todas as porções fiéis da Comunhão Anglicana Mundial.

POR CONSEGUINTE, com a firme confiança na Divina Providência, e diante de Deus Onipotente e de toda a hoste celestial, nós afirmamos, comprometemo-nos e declaramos que nós, legais e leais membros das Igrejas Episcopais, hoje e no futuro continuaremos e seremos a Igreja Anglicana unificada e continuante na América do Norte, segundo a verdadeira e válida Sucessão Apostólica.

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS:
A fim de cumprir com tais declarações, nós apresentamos estes Princípios Fundamentais para nossa vida e testemunho.

PREFÁCIO:
Na firme convicção de que “nós podemos ser salvos pela graça do Senhor Jesus Cristo”, e que “não há outro nome abaixo dos céus dado entre os homens pelo qual nós podemos ser salvos”, e reconhecendo nossa obrigação de proclamar a Verdade salvadora de Cristo para todas as pessoas, nações e em todas as línguas, nós declaramos nossa intenção de sustentar a Una, Santa, Católica e Apostólica Fé em Deus. Nós admitimos a regra de fé baixada por São Vicente de Lerins: “Acreditamos que aquelas coisas no que tem sido crido em toda parte, sempre e por todos, isto é verdadeiro e propriamente Católico…”

 

I.PRINCÍPIOS DA DOUTRINA

1.DA NATUREZA DA IGREJA.

Nós reunimos as pessoas chamadas por Deus para serem dedicadas e obedientes a Ele. Como o Povo de Deus do Sacerdócio Real, a Igreja é chamada para ser, de fato, a manifestação de Cristo no e para o mundo. A verdadeira religião é revelada ao homem por Deus. Nós não podemos decidir sobre o que é a verdade, mas particularmente (em obediência) devemos receber, aceitar, amar, defender e ensinar aquilo que Deus nos tem dado. A Igreja foi criada por Deus, e é, além do mais, a razão fundamental do controle do homem. A Igreja é o Corpo de Cristo operando no mundo. Ela é a sociedade dos batizados convocados do mundo; Nele, mas não dele. Como a Noiva Fiel de Cristo, ela é diferente do mundo e não deve ser influenciada por ele.

2.O ESSENCIAL DA VERDADE E DA ORDEM.

Nós repudiamos todo e qualquer desvio ou afastamento da Fé, total ou parcialmente, e testemunhamos estes princípios essenciais da Verdade Evangélica e Ordem Apostólica:

SAGRADAS ESCRITURAS. As Sagradas Escrituras do Antigo e do Novo Testamentos como o autêntico registro da revelação de Deus, Sua atividade salvífica e exigências morais – a revelação válida para todos os homens e em todo o tempo.

OS CREDOS. O Credo Niceno como um sumário autorizado dos principais artigos da Fé Cristã, junto com o Credo dos Apóstolos, e com aquele conhecido como o Credo de Santo Atanásio são “perfeitamente recebidos e acreditados” no sentido de que eles sempre pertenceram à Igreja Católica.

TRADIÇÃO. A Tradição recebida da Igreja e seus ensinamentos assim como expostos pelos “bispos e doutores católicos antigos”, e especialmente como definida pelos Sete Concílios Ecumênicos da Igreja indivisa, para a exclusão de todos os erros, antigos e modernos.

SACRAMENTOS: Os Sacramentos do Batismo, Confirmação, Santa Eucaristia, Santo Matrimônio, Ordens Sagradas, Penitência e Unção dos Enfermos, como sinais efetivos e objetivos da contínua presença e atividade salvadora de Cristo nosso Senhor no meio de Seu Povo e como Seu modo prometido para distribuir Sua graça. Em particular, nós afirmamos a necessidade do Batismo e da Santa Eucaristia (onde estes possam ser realizados) – o Batismo como a incorporação ao Corpo de Cristo (com sua complementação com a Confirmação como um “selo do Espírito Santo”), e a Eucaristia como o sacrifício que nos une ao completo Sacrifício de Cristo na Cruz e o Sacramento no qual Ele nos alimenta com Seu Corpo e Sangue.

ORDENS SAGRADAS: As Ordens Sagradas de bispos, sacerdotes e diáconos como a perpetuação dos dons de Cristo do ministério apostólico para Sua Igreja, afirmando a necessidade de um bispo de sucessão apostólica (ou um sacerdote ordenado por este) como o celebrante da Eucaristia – estas Ordens constituídas exclusivamente de homens de acordo com a vontade de Cristo e instituição (como evidenciado pelas Escrituras), e a prática universal da Igreja Católica.

DIACONISAS. O antigo ofício e ministério de Diaconisas como uma vocação leiga para mulheres, afirmando a necessidade pelo adequado encorajamento de tal ministério.

RESPONSABILIDADE DOS BISPOS. Os Bispos enquanto Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores e Mestres, tem como responsabilidades (juntos com os outros clérigos e o laicato) guardar e defender a pureza e a integridade da Fé e da Moral Ensinada pela Igreja.

O USO DE OUTRA FÓRMULA. Ao afirmar estes princípios, nós reconhecemos que todo enunciado de fé Anglicano e todas as fórmulas litúrgicas devem ser interpretados de acordo com eles.

INCOMPETÊNCIA DAS IGREJAS DE MUDAREM A VERDADE. Nós recusamos qualquer direito ou competência para suprimir, alterar ou emendar qualquer um dos Credos Ecumênicos Antigos e as definições de Fé, desprezar ou afastar-se das Santas Escrituras, ou alterar ou desviar dos pré-requisitos essenciais de qualquer dos Sacramentos.

UNIDADE COM OUTROS CRENTES. Nós declaramos nossa firme intenção de perseguir e alcançar comunhão sacramental plena e visível com outros cristãos que “cultuem a Trindade na Unidade e a Unidade na Trindade” e os que guardam a Fé Católica e Apostólica de acordo com os princípios precedentes.

 

II. PRINCÍPIOS DE MORALIDADE.

A consciência, como o conhecimento inerente do certo e do errado, não pode suportar sozinha o arbítrio soberano da moral. Todo cristão é obrigado a formar sua consciência pela Lei Moral Divina e pela Mente de Cristo como revelado nas Sagradas Escrituras, e pelo ensino e Tradição da Igreja. Nós acreditamos que quando a consciência do Cristão é assim desta forma adequadamente informada e conduzida, pode-se afirmar os seguintes princípios morais:

RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL: Toda a pessoa, individual e coletivamente, são responsáveis diante de seu Criador por seus atos, motivos, pensamento e palavras, visto que “nós devemos nos apresentar ante o trono de julgamento de Cristo…”.

SANTIDADE DA VIDA HUMANA. Cada ser humano, desde o momento de sua concepção, é uma criatura* de Deus, feita à Sua imagem e semelhança, uma alma infinitamente preciosa; e que a injustificável ou inescusável ceifa da vida é sempre pecado.

RESPONSABILIDADES DOS HOMENS PARA COM DEUS. Todas as pessoas são obrigadas pelos ditames da lei Natural e pela vontade revelada de Deus, na medida em que as possam compreender.

VIDA FAMILIAR. A obrigação sacramental do matrimônio entre um homem e uma mulher é uma provisão do amor de Deus para a procriação e vida familiar, e a atividade sexual deve ser praticada somente dentro dos laços do Santo Matrimônio.

O HOMEM ENQUANTO PECADOR. Nós reconhecemos que o homem, enquanto herdeiro do pecado original, está “muito longe da retidão original” e como um rebelado contra a autoridade de Deus é responsável pelo Seu justo julgamento.

O HOMEM E A GRAÇA DE DEUS. Nós reconhecemos, também, que Deus ama Seus filhos e particularmente tem mostrado isto no trabalho redentor de nosso Senhor Jesus Cristo, e que o homem não pode ser salvo por qualquer esforço próprio, mas pela Graça de Deus, através do arrependimento e aceitação das misericórdias de Deus.

RESPONSABILIDADES DOS CRISTÃOS QUANTO À ÉTICA. Nós acreditamos, então, é responsabilidade da Igreja e seus membros testemunhar a Moralidade Cristã, segui-la em suas vidas e rejeitar o falso padrão de moral do mundo.

 

III. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS.

Nas revisões constitucionais pelas quais possam se responsabilizar, nós recomendamos, para consideração dos Anglicanos continuantes, o seguinte:

RETER O MELHOR DE AMBAS AS PROVÍNCIAS. Que as características tradicionais e testadas do sistema eclesiástico canadense e americano sejam preservadas e usadas na administração da Igreja.

NECESSIDADE DE TREINAMENTO TEOLÓGICO SADIO. Re-estabelecimento da educação teológica espiritual, ortodoxa e acadêmica sob supervisão episcopal é imperativo, e deve ser encorajada e promovida por todas as autoridades; e bispos eruditos e ortodoxos, outros clérigos e pessoas leigas devem responsabilizar-se e comprometer-se com esta tarefa sem demora.

FINANÇAS. O direito das congregações de administrarem seus bens materiais devem ser firme e constitucionalmente reconhecido e protegido.

ADMINISTRAÇÃO A Administração deve, nós acreditamos, ser limitada aos atos mais simples e necessários, de forma que a ênfase possa ser centrada na adoração, cuidado pastoral, saúde espiritual e moral, boas ações pessoais e atendimento missionário, em resposta ao amor de Deus por nós.

A IGREJA ENQUANTO TESTEMUNHA DA VERDADE. Nós reconhecemos também que, como guardiões da vontade de Deus e verdade para os homens, nós podemos e devemos testemunhar para que a vontade e a verdade concorram contra todo o mal, lembrando que nós somos os servos no mundo, mas somos servos de Deus primeiramente.

PENSÕES E SEGUROS. Nós reconhecemos nossa imediata responsabilidade em providenciar o estabelecimento de legítima pensão e programa de seguridade para a proteção do clérigo bolsista e outros trabalhadores da Igreja.

DEFESA LEGAL Nós reconhecemos a imediata necessidade de coordenar recursos legais, financeiros e profissionais, para a defesa de congregações em perigo por sustentar a Fé, e recomendamos atenção para esta necessidade o mais seriamente possível ao bispo diocesano e autoridades paroquiais.

CONTINUAÇÃO, NÃO INOVAÇÃO Nesta reunião de testemunhas de Anglicanos e Episcopais, nós continuamos ser aquilo que somos. Nós não faremos nada novo. Nós não formamos um novo corpo, mas continuamos como Anglicanos e Episcopais.

AGORA, ENTÃO, completamente conscientes de nossas responsabilidades para com todos aqueles que amam e acreditam na Fé de nossos pais, de nossa obrigação para com Deus, que sozinho julgará aquilo que fizermos, nós fazemos esta Afirmação. Diante de Deus, nós invocamos nossa herança Anglicana, e proclamamos o mesmo a toda Igreja, mediante Jesus Cristo nosso Senhor, a Quem, com o Pai e com o Espírito Santo, sejam todas as honras e glória, para todo o sempre. AMÉM.

 

6. DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS

Esta Igreja é uma jurisdição da Santa Igreja Católica, unida pela Fé em Cristo. Ele é a Cabeça da Igreja, sendo a Igreja o Seu Corpo, portanto Jesus tem autoridade sobre todas as coisas da Igreja. Assim, reconhecemos a unidade essencial que todos têm pela mesma Fé, e estão unidos à Única Cabeça Comum e Divina. Portanto, fazemos a seguinte Declaração de Princípios:

1. Esta Igreja mantém “a fé uma vez entregue aos santos”, declara sua crença nas Sagradas Escrituras do Antigo e Novo Testamento, como a Palavra de Deus, e a única Regra de Fé e Prática; no Credo “comumente chamado de Credo Apostólico”; na instituição Divina dos Sacramentos do Batismo e da Ceia do Senhor; e nas Doutrinas da Graça substancialmente, como são estabelecidos nos Artigos da Religião.

2. Esta Igreja reconhece e adere ao Episcopado, não como um Direito Divino, mas como uma forma muito desejável e antiga de governo da Igreja.

3. Esta Igreja mantém uma liturgia que não deve ser repressiva da liberdade na oração; aceita o Livro de Oração Comum, como revisado, preparado, e recomendado para uso pela Convenção Geral da Igreja Episcopal Protestante, 1785, reservando a liberdade plena para alterar, abreviar, ampliar e emendar o mesmo, como possa parecer mais idôneo para a edificação do povo, “previsto que a substância da fé seja mantida inteiramente”.

4. Esta Igreja CONDENA e REJEITA os seguintes erros e doutrinas alheias, como contrárias à Palavra de Deus, PRIMEIRO, Que a Igreja de Cristo existe apenas em uma ordem ou forma de governo eclesiástico; SEGUNDO, Que os Ministros Cristãos são “sacerdotes” em outro sentido diferente daquele em que todos os crentes são “um sacerdócio real”; TERCEIRO, Que a Mesa do Senhor é um altar em que a oblação do Corpo e o Sangue de Cristo são oferecidos de novo ao Pai; QUARTO, Que a Presença de Cristo na Ceia do Senhor é uma Presença nos elementos do Pão e o Vinho; e QUINTO, Que a Regeneração é inseparavelmente ligada com o Batismo. Em conformidade com a liberdade dada no Artigo III desta Declaração de Princípios, esta Igreja aceita o Livro de Oração Comum da Igreja da Inglaterra, com tais revisões que excluíram as doutrinas e práticas sacerdotais. Esta Igreja, como uma Igreja Protestante e Reformada, vem reafirmar o seu testemunho constante contra todas as inovações em doutrina e culto, pelos quais a fé primitiva tem sido desfigurada ou superposta ao longo do tempo, e que foram repudiadas e rejeitadas na Reforma. Esta Igreja manterá comunhão com todas as Igrejas Cristãs, e ajudará avançar tal comunhão entre todos os cristãos, na medida em que se encontre, paz, quietude e amor.

 

07. ENTENDENDO A DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS NO SÉCULO XXI

PRONUNCIAMENTO DOS BISPOS DA FAMÍLIA DAS IGREJAS EPISCOPAIS REFORMADAS

“Esteja sempre preparado para apresentar defesa com mansidão e reverência diante de tudo o que os peça razão da esperança que há em vós;” 1 Pedro 3, 15

Os cristãos sempre produziram declarações sumárias de fé. Tal Regra de Fé (uma versão básica dos mesmos credos que chegariam depois) pode ser observado já no século II. Frequentemente, tais resumos foram feitos em resposta a circunstâncias particulares ou controvérsias doutrinárias. O Credo Niceno-Constantinopolitano, que é o resumo da fé mais universalmente reconhecido, nasceu no século IV precisamente em resposta a ameaças contra o ensinamento apostólico. Nos últimos anos, a Conferência Global do Futuro Anglicano (GAFCON) produziu a Declaração de Jerusalém em 2008[1] e a Igreja Anglicana na América do Norte (ACNA) adotou sua Declaração Teológica em seus inícios um ano depois.[2]

Em 2 de dezembro de 1873, em sua inauguração, a Igreja Episcopal Reformada na América do Norte, adotou um documento fundacional com a intenção de atender questões controversas específicas naquele tempo. O nome dado a este documento foi: A Declaração de Princípios.[3]

Ao contrário de todas as expectativas, após a reunião inaugural, a Igreja Episcopal Reformada cresceu até se tornar uma família mundial de igrejas, com representantes nos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Brasil, Venezuela, Cuba, Rússia, Alemanha, Croácia, França e Austrália. No Reino Unido, a Igreja Episcopal Reformada juntou-se em 1927 com a Igreja Livre da Inglaterra, um mais antigo corpo de herança anglicana, para formar a atual Igreja Livre da Inglaterra de outro modo chamada Igreja Episcopal Reformada, que adotou a Declaração de Princípios, acrescentando duas cláusulas adicionais (ver abaixo).[4]

Muitas coisas mudaram na Igreja e no mundo desde o século XIX. As velhas controvérsias tem perdido algo do seu ardor, enquanto novas surgiram. A família anglicana de igrejas está experimentando um grande grau de turbulência pelo qual mais pessoas estão percebendo as Igrejas Episcopais Reformadas como seu possível novo lar.

No entanto, para algumas pessoas que de outra forma simpatizam com a família episcopal reformada, a Declaração de Princípios parece ser problemática. Normalmente, isso é devido a duas principais razões.

Em primeiro lugar, as várias formulações da Declaração de Princípios derivadas da de 1873 contêm uma seção (Seção IV), que se estabelece de maneira negativa. Como tal, elas adotam um tom muito negativo: “esta Igreja CONDENA e REJEITA”, dando a impressão de que somos essencialmente negativos, nos definindo pelo que somos contra; pessoas rápidas para condenar, mas com pouco positivo para dizer. Lamentamos que esta impressão possa ter sido causada, já que o Evangelho consiste em afirmar o que Deus em seu amor fez por nossa salvação. Com efeito, existem ensinamentos e práticas que os episcopais reformados consideram ser incompatíveis com a verdade sobre Deus revelada nas Escrituras e supremamente em Jesus Cristo, mas nossa abordagem geral deve ser positiva; afinal, temos boas notícias a proclamar! O problema real desta seção de negações é que os aspectos positivos afirmados pelas igrejas episcopais reformadas não são mencionadas no próprio documento. Naquela época, dado o conhecimento geral do compromisso do Bispo Cummins com a unidade ecumênica, bem como o contexto histórico mais amplo, esses aspectos poderiam ser tomados como garantidos, mas sua ausência têm resultado ser problemática para as gerações posteriores. A abordagem correta é reconhecer que os aspectos positivos só podem ser fornecidos tendo em conta todos os padrões das Igrejas Episcopais Reformadas, tal como foram aplicadas ao longo da nossa história. Esses padrões doutrinários que afetam como se têm entendido a Declaração de Princípios são: as Sagradas Escrituras, os Artigos de Religião, o Livro de Oração Comum (não apenas a versão de 1662, mas (para o REC na América do Norte, o BCP dos EUA 1928), e outras declarações como o Quadrilátero Chicago-Lambeth, a Declaração de Jerusalém e (na América) a Declaração Teológica da Igreja Anglicana na América do Norte. Além disso, a Constituição e os Cânones foram revisados ​​na América do Norte e no Reino Unido. Deve-se ter em conta também os acordos doutrinais ecumênicos (particularmente no Estados Unidos). Todo este corpo de documentos reflete uma compreensão equilibrada da Declaração de Princípios. O objetivo deste comentário é chamar a atenção para este contexto mais completo e as afirmações positivas que ele fornece, enquanto corrige mal-entendidos do que precisamente estava sendo negado. A segunda razão pela qual algumas pessoas têm um problema com a Declaração de Princípios é que, em alguns lugares, parece afirmar menos o que o cristianismo histórico – e a tradição Anglicana do qual as igrejas Episcopais Reformadas são parte – tem acreditado. Isso é especialmente verdade na Seção IV. Antes de analisar isso com mais detalhes, será útil primeiro explorar as origens da Declaração.

As origens da Declaração de Princípios

A Declaração de Princípios surgiu de situações na América do Norte e no Reino Unido no século XIX. A crescente industrialização e o secularismo na cultura ocidental e a interferência do Parlamento do Reino Unido na organização interna da Igreja da Irlanda tem levado a um desejo de reafirmar a independência e a autoridade espiritual da Igreja. Um aspecto disso foi uma apreciação mais compreensiva dos ensinamentos e práticas da Igreja antes de sua submissão a Coroa inglesa. Essa reavaliação mais positiva (e a reintrodução espontânea de uma variedade de ensinamentos e práticas relacionadas) produziu uma série de respostas de eclesiásticos preocupados de que a autoridade suprema das Escrituras dadas por Deus estava sendo minada e comprometida. A Declaração de Princípios foi uma dessas respostas. Porém, não se pretendia dizer nada novo, mas simplesmente reafirmar os ensinamentos bíblicos e patrísticos, que se reafirmaram na Reforma, mas que, em seu momento, se viram obscurecidas por desenvolvimentos e tendências crescentes.

Enquanto o texto, a Declaração se deriva de três fontes diferentes, e essas em si mesmas servem para entender suas preocupações primordiais.

(a)  O Memorial de Muhlenberg

A vertente mais antiga se deriva de William Augustus Muhlenberg (1796-1877). Muhlenberg foi presbítero do que então se chamava a Igreja Episcopal Protestante dos Estados Unidos da América (PECUSA), agora simplesmente chamada Igreja Episcopal (TEC). Foi ordenado diácono em 1817 para servir na Christ Church, Filadélfia, como capelão do Bispo Willian White, e foi ordenado presbítero em 1820.

Muhlenberg era um evangélico comprometido, mas não acreditava que a fé evangélica só pudera expressar-se em uma cultura eclesiástica rigidamente protestante. Ele acreditava que o ser anglicano era também estar comprometido com a Igreja antiga e indivisa, que é o que ele queria dizer a si mesmo não só como “evangélico”, mas também “católico”. Sua visão era a de um “catolicismo evangélico” que reconciliaria o fervor da fé evangélica com a ordem da Igreja Universal. Durante alguns anos produziu um periódico chamado de “The Evangelical Catholic”. Nele defendeu uma instituição divina, adaptada a toda a humanidade em todas as épocas; em outras palavras, a Igreja Universal. Isso o declaramos para chamarmos católicos”.[5] A palavra “católico”, porém, se havia identificado com a igreja católica romana: “Ao falar de católicos, nem um em cada cem suporá que te referes a outros que não sejam os membros da Igreja Romana. Se vamos a manter o nome, e abandoná-lo não podemos, teremos que qualificá-lo, teremos que explicá-lo, portanto, nos autoqualificamos como pertencentes ao Evangelho, é dizer, católicos evangélicos. Esta para Muhlenberg, era a marca distintiva da comunhão episcopal na qual ele acreditava: “vamos imediatamente ao Evangelho e nos fazemos ver católicos evangélicos (quer dizer, evangélicos”. Também, era um conceito com uma larga e distinta história. Isso, argumentou Muhlenberg, é o que foram os reformadores ingleses do século XVI, católicos do Evangelho, que ajudaram a Igreja Católica a descobrir suas raízes evangélicas.

Muhlenberg acreditava com paixão que um catolicismo evangélico poderia unir as denominações protestantes cada vez mais divididas na América do Norte. Em outubro de 1853, ele procurou colocar sua visão de unidade cristã com efeito apresentando, junto com outros presbíteros, um Memorial para a Câmara dos Bispos da Igreja Episcopal Protestante. O Memorial recomendava que a ordenação episcopal se fizesse acessível ao clero de igrejas não episcopais. Isso seria sobre a base de uma breve prova doutrinal que Muhlenberg estabeleceu em “Na Exposition of the Memorial”, publicada em novembro de 1854 e dirigida aos bispos da PECUSA, a quem se dirigiu como “um Colégio de Bispos Católicos e Apostólicos”.[6] A primeira cláusula deste requeria do clero que estivesse procurando ordenação episcopal o declarar sua crença nas Sagradas Escrituras como a palavra de Deus, nos Credos dos Apóstolos e de Nicéia, e na Instituição divina dos dois sacramentos, e nas ‘doutrinas da graça’ substancialmente como se estabelecem nos Trinta e Nove Artigos. Nada se conquistou com esta iniciativa, mas o texto de Muhlenberg, praticamente inalterado, constitui a primeira cláusula da Declaração de Princípios.

(b)  As adições de 1873

O resumo de Muhlenberg foi retomado quase vinte anos depois por um bispo para quem Muhlenberg era um mentor. George David Cummins foi consagrado como bispo auxiliar de Kentuck em 1866. Ele compartilhou firmemente a visão de Muhlenberg de que os cristãos da américa do Norte deveriam unir-se em uma igreja episcopal que pregasse sem reparos a doutrina bíblica, e que a fé compartilhada em Jesus Cristo mesmo cria uma unidade essencial entre todos os crentes. Em 1873, o Bispo Cummins expressou suas convicções ao participar de um serviço de Santa Comunhão em uma Igreja Presbiteriana. A força da crítica que recebeu por fazer isso fez que resultasse impossível continuar seu ministério como bispo na Diocese de Kentucky. Portanto, emitiu uma reunião convocatória para a formação de uma Igreja episcopal, que seria mais aberta e mais robustamente fiel a “a fé uma vez dado aos santos” que aquela na qual PECUSA se havia convertido. Em dezembro de 1873, isso se fez realidade quando a Igreja Episcopal Reformada foi formalmente constituída, com Cummins como seu primeiro Bispo Presidente.

O bispo Cummins agregou ao Memorial de Muhlenberg uma série de cláusulas que abordavam questões doutrinais que causavam pressões naquele momento. Estas devem ser vistas no contexto e suas gênesis deve se ter em conta. Essa seção não formava parte do texto cuidadosamente elaborado de Muhlenberg com o que começa a Declaração. Foi redigido pelo bispo Cummins no período compreendido entre sua renúncia a Igreja Protestante Episcopal o 10 de novembro de 1873 e a reunião inaugural da Igreja Episcopal Reformada o 2 de dezembro. Durante esse período de três semanas, Cummins compartilhou sua visão de uma Igreja com “um episcopado primitivo, e uma liturgia escritural pura, e uma fidelidade a doutrina da justificação só por meio da fé” [7]e, tendo-se assegurado de que teria apoio para fazer essa visão realidade, deu os passos necessários para fazê-lo. Foi um período de intensa atividade. Não é surpreendente, portanto, que as cinco declarações na Seção IV sejam um pouco mais que respostas em taquigrafia-pontos na terminologia de hoje – aos assuntos que foram focos de controvérsia doutrinal naquele momento.[8] Enquanto obviamente foram temas sobre os que Cummins havia deliberado durante anos, deve aceitar-se que não podem tomar-se como última palavra os pontos em questão. É impossível, por exemplo, dizer tudo o que se necessita dizer sobre o mistério da presença eucarística em uma só afirmação negativa de dezenove palavras. No contexto muito diferente de hoje, as cinco declarações devem abordar-se com a intenção de identificar o erro que cada cláusula pretende excluir, e de estabelecer a doutrina positiva que nós, como Igrejas Reformadas Episcopais, ensinamos sobre cada tema. Mais adiante faremos referências aos vários pronunciamentos da declaração.

(c)  Clausulas da Igreja da Irlanda (exclusivas da REC no Reino Unido)

Em 1877 se estabeleceu um ramo da Igreja Episcopal Reformada nas Ilhas Britânicas (junto com a preexistente igreja livre da Inglaterra). Se adotou da Declaração de Princípios, mas se agregou material adicional derivado do trabalho de Muhlenberg e Culmmins. A maioria desse novo material foi tomado da Constituição da Igreja da Irlanda. O desestabelecimento dessa igreja em 1870 requereu que se auto definisse por si mesma e redigisse novos documentos de governo. Sendo uma Igreja Episcopal recentemente feita “livre” nas Ilhas Britânicas, a Igreja da Irlanda foi vista como um modelo para o ramo britânico da REC (uma Igreja Episcopal “livre” em uma país com uma Igreja estabelecida).

Quando a REC no Reino Unido e a Igreja Livre da Inglaterra se uniram em 1927, a Declaração de Princípios em sua forma britânica foi adotada como a declaração de fé comum.

Ensinamento e intenção da Declaração

Como esta breve olhada em suas origens mostra, a Declaração de Princípios não é uma intenção de separar-se das crenças cristãs históricas ou produzir uma nova definição da fé cristã. Mas bem,
como a Declaração de Jerusalém, é a expressão do desejo de unir os cristãos em torno dos “caminhos antigos” do cristianismo bíblico histórico dentro de uma comunidade ordenada episcopalmente. Sua linguagem reflete a época em que os Princípios foram redigidos, mas seu ensino é fundamentado nas Escrituras e nos Padres e, portanto, é atemporal. Desde o início da REC, o Bispo Cummins enfatizou a continuidade: “Nós não nos reunimos para destruir, mas restaurar … Nós reivindicamos ter uma conexão histórica ininterrupta, através da Igreja da Inglaterra, com a Igreja de Cristo desde os primeiros dias da era cristã.[9]

O contexto mais amplo

É importante recordar que, para nós como Episcopais Reformados, a Declaração de Princípios não é a única autoridade doutrinal. O Artigo III da Constituição da Igreja Episcopal Reformada na América do Norte estabelece:

Esta igreja mantém a fé como uma vez dada aos santos, e transmitida através da Igreja da Inglaterra, especialmente como articulado através de sua herança reformada, a gama de seus teólogos anglicanos, e como depositado nos princípios fundamentais da Igreja Episcopal Protestante nos Estados Unidos da América. Além disso, esta Igreja recebe e afirma a Sagrada Escritura como a Palavra de Deus. Nós recebemos e afirmamos os três credos antigo, comumente conhecidos como o Credo Niceno, o dos Apóstolos e o Credo de Atanásio, e as definições dogmáticas dos quatro primeiros concílios ecumênicos da Igreja indivisa. Também sustenta que os seguintes documentos históricos inalteráveis ​​são parte do corpo recebido de sua Doutrina: (1) Os Trinta e nove Artigos de Religião em sua forma de 1801 (2) A Declaração de Princípios de 1873, adotada pelo primeiro Concílio Geral desta Igreja (3) O Quadrilátero de Chicago-Lambeth de 1886-1888 (4) A Declaração de Jerusalém de 2008.

A Igreja Episcopal Reformada na América do Norte, como já foi dito, no decorrer de sua longa história, também realizou sua revisão do Livro de Oração Comum (incluindo a restauração do livro de 1662 e a aprovação do livro estadunidense de 1928), revisou sua Constituição e seus Cânones (baseando-se nos Cânones da Igreja Episcopal de 1920), adotou outros documentos anglicanos e entrou em significativas relações ecumênicas que tem produzido uma série de acordos doutrinários, que levam a relações de inter-comunhão com jurisdições como a Província Anglicana da Nigéria e a Província Anglicana da América. Todos esses desenvolvimentos envolveram a interpretação da Declaração de Princípios no contexto mais amplo do anglicanismo histórico e clássico. Tanto nós como nossos associados, a temos entendido, como de nenhuma maneira contrária às normas anglicanas e à visão efusiva e original dos “antigos caminhos” do Bispo Cummins, que se remonta mediante a Reforma Inglesa à Igreja indivisa.

Este patrimônio doutrinário mais amplo também está refletido no Artigo II da Constituição da Igreja Livre da Inglaterra: A doutrina da Igreja Livre da Inglaterra é baseada nas Sagradas Escrituras e, seguindo o exemplo dos Reformadores, naqueles ensinamentos dos antigos Padres e dos Concílios da Igreja, que estão em conformidade com as Escrituras. Em particular, tal doutrina é encontrada na Declaração de Princípios, nos Trinta e Nove Artigos de Religião e nas liturgias autorizadas desta Igreja. O primeiro que se deve destacar é que, como membros da família episcopal reformada, estamos comprometidos com a autoridade única e suprema das Escrituras: só delas podemos ensinar coisas como necessárias para a salvação; mas abordamos das Escrituras a partir de dentro da continuidade vivida do Povo de Deus ao longo dos séculos, ou, como diz a Declaração de Jerusalém, ‘Respeitosos da leitura histórica e consensual da igreja’.[10]

 

Por esta razão a Declaração de Princípios em si mesma:

Assinala e afirma (como totalmente subordinada à Escritura) as fontes clássicas de doutrina e identidade anglicanas os trinta e nove artigos, os Sacramentos Dominicais, os credos, o episcopado e o culto litúrgico. Cummins, como temos visto, concebeu explicitamente a si mesmo bem como aqueles que com ele fundaram a Igreja Episcopal Reformada, como ‘Restaurando caminhos antigos, não criando algo novo.[11] Nem todas essas fontes exigem comentários separados, mas algumas declarações breves podem ser úteis.

1. Os trinta e nove artigos

Como o Catecismo da Igreja Anglicana na América do Norte afirma, os Artigos são ‘A Resposta anglicana a certas questões doutrinárias controversas na época, expressivos de princípios fundamentais da fé anglicana autêntica e como um dos elementos característicos do Caminho Anglicano. ”[12] Nunca se pretendeu constituir uma teologia sistemática completa. Nem foram projetados para serem “partidários”:

Dizer que os artigos são uma peça de teologia reformada … é ignorar a natureza eclética de seu pedigree teológico. Além disso, é também ignorar o fato de que a razão de tal ecletismo é que as diferenças entre as abordagens “luterana” e “reformadas” em teologia parece simplesmente não ter sido tão importantes para esses reformadores da igreja inglesa que foram responsáveis pela produção dos artigos. Não encontramos nos escritos desses reformadores a ideia de que havia dois blocos teológicos opostos, um luterano e um reformado, dentre os quais se deva se escolher um. O que encontramos, em vez disso, é uma ênfase nos acordos entre os teólogos protestantes sobre os princípios básicos da fé e uma minimização da importância das diferenças existente entre eles.[13]

Acreditamos que tal ênfase nos acordos, e não nas diferenças, deveria guiar nossa compreensão da Declaração de Princípios.

2. Episcopado e política eclesiástica

As declarações sobre o episcopado e a política eclesiástica tinham a intenção de expressar a convicção de que os membros das igrejas sem bispos são, no entanto, verdadeiros cristãos. Isso parece óbvio hoje (e é formalmente admitido pela Igreja Católica Romana, por exemplo), mas havia aqueles no século XIX que estavam dispostos a negar isso. A posição da Declaração também está de acordo com o anglicanismo histórico como foi exposto por Richard Hooker em suas Leis da Política eclesiástica e por outros teólogos ingleses. Como John Bramhall, Bispo de Derry no século XVII, ele expressou: ‘É um cego aquele que não reconhece Igrejas sem ele [isto é, o episcopado]; é de coração duro que lhes nega a salvação. Nós não somos essas pessoas de coração duro …’[14]

3. Adoração litúrgica Em relação ao culto litúrgico, a Declaração concede um lugar de honra ao Livro de Oração de 1785 nos Estados Unidos. Muitos dos evangélicos que se uniram ao Bispo Cummins acreditavam que certas palavras e frases encontradas no Livro de Oração de PECUSA poderiam ser interpretadas para apoiar doutrina errada. Por esta razão, uma alternativa foi procurada e o texto de 1785 foi escolhido. Este foi o livro proposto na primeira Convenção Geral da recentemente independente Igreja Episcopal Protestante (embora no final não foi adotado).
De fato, o Livro de 1785 tinha várias características “liberais” (por exemplo, omitiu o Credo Niceno e uma frase do Credo dos Apóstolos), mas, como dava uma sensação de “Igreja baixa” (por exemplo, usou a palavra “Ministro” em vez de “Sacerdote”), foi visto por muitos Evangélicos como defesa contra as interpretações “católicas”. O Bispo Cummins considerou que este era o melhor livro disponível (já que obviamente não havia tempo para empreender revisão abrangente do Livro de Oração da PECUSA nos dias que antecederam a formação da Igreja Reformada Episcopal). Na prática, logo após a adoção do livro de 1785 pela REC foram corrigidas algumas de suas deficiências, como a restauração do Credo Niceno no serviço de Comunhão, e finalmente foi substituído na América do Norte. Aparentemente, nunca foi usado no Reino Unido, onde o Livro de Oração Comum de 1662 (com algumas modificações) foi sempre a norma. A Declaração de Princípios também concede à Igreja “total liberdade para alterar, abreviar, expandir e alterar “o seu Livro de Oração”, desde que a substância da fé permaneça completa.” A revisão litúrgica é perfeitamente consistente com os princípios episcopais reformados. Mais recentemente, a Igreja Episcopal Reformada na América do Norte produziu um novo livro de Oração Comum (com formas tradicionais e modernas em inglês) e a Igreja Livre da Inglaterra iniciou seu próprio processo de produção de novos textos. 4. O re-sacrifício de Cristo ao Pai No século 16, havia uma série de ideias associadas à Eucaristia as quais (pelo menos no nível popular) eram distorções da ordenança instituída por Cristo. Uma das principais delas foi a ideia de que Cristo é sacrificado novamente em toda missa. Essa crença popular foi condenada no Artigo XXXI (“Da única oblação de Cristo terminada na cruz”). Observamos que a Igreja Católica Romana moderna lamenta qualquer impressão que tenha sido dada à repetição do sacrifício de Cristo na Missa,[15] e que a irrepetibilidade desse sacrifício foi afirmada em outros diálogos.[16] Também observamos que, apesar dos erros medievais, Cranmer não repudiou o conceito de que a Eucaristia é uma representação e um memorial do sacrifício de Cristo, mas que aparece em seu tratado sobre a Ceia do Senhor. Ele cita com aprovação as sentenças de Peter Lombard do século XII. Lombard, disse Cranmer, “julgou corretamente neste ponto, dizendo que” o que é oferecido e consagrado pelo ministro, é chamado sacrifício e oblação, porque é uma memória e representação do verdadeiro sacrifício e da santa oblação, feita no altar da cruz. “[17] Com reserva cautelosa, Cranmer aceita que a Eucaristia pode ser chamada de sacrifício: “… porque foi ordenado por Cristo para nos colocar em memória do sacrifício feito por ele na cruz. E por esse motivo é nomeado de sacrifício… ‘Cranmer logo cita a Santo Agostinho em apoio desta interpretação.[18] Para muitos na tradição anglicana tal entendimento faz que seja legítimo referir-se a Santa Mesa como altar, não um altar em que o Corpo e o Sangue de Cristo se oferecem de novo, mas um tipo diferente de altar: um altar comemorativo, que acompanha um sacrifício comemorativo. Com este fim, enquanto Cranmer e o Concilio sob o comando do rei Eduardo VI ordenaram que os altares de pedra seriam substituídos por mesas de madeira, no entanto concederam que haveria um uso aceitável da palavra ‘altar’. Falando do Livro de Oração de 1549, eles escreveram: “Este chama o mesa onde a Sagrada Comunhão é distribuída, com louvores e ações de graças ao Senhor, um altar; pois ali se oferece o mesmo sacrifício de louvor e ação de graças. “[19] Há evidências de que o a palavra ‘altar’ sempre continuou no uso popular durante toda a história anglicana.[20] O altar é o ponto focal de nossas orações e ofertas materiais: as rubricas de nossos Livros de Oração sempre tem levado ao presbítero a colocar nele as ofertas reunidas do povo e oferecer as orações eucarísticas que comemoram a morte do Senhor ali.No entanto, enfatizamos que o que é claramente contrário às Escrituras, é a ideia de que se pode oferecer novamente a Cristo. Hebreus 9: 25-6 claramente descarta isso: nem entrou no céu para oferecer-se novamente e novamente … Então, Cristo teria que sofrer muitas vezes desde a criação do mundo. Nunca mais podemos oferecer a Cristo, mas em cada Eucaristia proclamamos a morte do Senhor até que ele venha “(1 Coríntios 11:26). 5. Sacerdócio Cristão Esta cláusula foi um protesto contra o ressurgimento de um conceito grosseiro de uma sucessão que se auto-perpetua de “sacerdotes sacrificantes”, dotados de poderes virtualmente independentes da comunidade cristã como um todo. Muita confusão foi causada pelo uso da terminologia imprecisa. A palavra inglesa ‘priest’ é derivada da palavra grega presbyteros. (ancião).[21] No entanto, também foi usado como uma tradução do hebraico kohen, grego hiereus e sacerdotes latinos que significam um sacerdote sectário e sacrificial. Embora a tradição anglicana sempre reconheceu que ‘presbítero’ e ‘priest’ são termos intercambiáveis,[22] o uso de um palavra para dois conceitos diferentes levou a um desequilíbrio na compreensão da segunda das três Órdens históricas. Isso ressurgiu no século XIX e causou a correção na Declaração Princípios.

No entanto, tanto o ensino reformado quanto o moderno ensino católico romano sublinha o tríplice ofício de Cristo – como Profeta, Sacerdote e Rei. Esses atributos pertencem a todos os que estão em Cristo, mas (como outros atributos do nosso Senhor, como sua servidão) são expressos ministerialmente naqueles ordenados as funções de colocar vida na igreja. Portanto, acreditamos que é possível legitimamente afirmar que bispos e presbíteros compartilham de fato o mesmo sacerdócio de todos crentes, ou seja, o sacerdócio do próprio Cristo e, no seu caso, de maneira e medida distintivo de seu papel dentro do Corpo,[23] ou, como disse Torrance, “de certa forma apropriado para aqueles que são apenas mordomos e servos “.[24]

Embora não aceitemos todos os ensinamentos da Igreja Romana nesta área, podemos dizer que nós, como ela, ordenamos um homem “ao sacerdócio na ordem presbiteral”[25], num sentido isso é completamente consistente com nossas fontes de autoridade doutrinárias, conforme indicado e com a metodologia do Reformadores ingleses. A Igreja Episcopal Reformada sempre aceitou as normas do Ordinal do Livro de Oração Comum e, em particular, o seu ensino de que “desde o tempo dos apóstolos houve estas Ordens de Ministros na Igreja de Cristo: Bispos, Presbíteros e Diáconos” e que essas ordens devem ser “continuadas, usadas e estimadas reverentemente”.[26] Para os leigos nunca lhes é permitido presidir a Eucaristia. Nesse sentido, os episcopais reformados sempre tem reconhecido um aspecto especial do Sacerdócio Real. O ministros ordenados são uma especificação do que todos são. Neste sentido compreendido, existe um sacerdócio ministerial de serviço ao sacerdócio de todos os crentes.

Portanto, podemos reafirmar positivamente a cláusula da Declaração de Princípios e dizer que afirmamos que existe apenas um sacerdócio no plano de salvação de Deus, a saber, o do próprio Cristo.Este sacerdócio, Cristo, graciosamente transmite a toda a sua Igreja, ordenada e laica, para que juntos possam oferecer sacrifícios espirituais aceitáveis ​​a Deus (1 Pedro 2: 5). O chamado, o equipamento, a autoridade e padrão do Ministério ordenado que serve a este sacerdócio universal é derivado diretamente de Cristo, o Cabeça da Igreja, nosso Pastor e Sumo Sacerdote (Hebreus 3: 1, 1 Pedro 2:25).[27]

6. Presença Eucarística Provavelmente, a cláusula mais problemática da Declaração de Princípios para muitos cristãos é a afirmação de que ‘esta igreja condena e rejeita … Que a presença de Cristo na Ceia de Senhor seja uma presença nos elementos do pão e do vinho. Isso parece ensinar o que foi chamado uma doutrina de ‘real ausência’ da presença eucarística (comumente associada ao nome do Padre católico suíço convertido no reformador Ulrich Zwingli) segundo o qual o comungante recebe simplesmente pão e vinho “comuns” e qualquer elemento memorial é apenas um ato de memória. Isto não é o que acreditamos como Bispos Episcopais Reformados, nem acreditamos que seja o entendimento pretendido na Declaração de Princípios. Nossa convicção é baseada nas seguintes razões: (a). Como já foi enfatizado, a intenção do Bispo Cummins era restaurar os “caminhos antigos”; ele queria levar a Igreja à teologia dos reformadores ingleses. Não era sua intenção inventar uma nova definição de Presença Eucarística. (b). Para ser fiel à intenção do Bispo Cummins, portanto, as Igrejas Episcopais Reformadas estão comprometidas com a teologia eucarística dos Reformadores Ingleses. Fundamentalmente, estes entendiam-se não como inovadores, mas como restauradores da doutrina patrística que foram escurecidas e corrompidas na Igreja ocidental nos três séculos imediatamente anteriores a seu próprio tempo. Embora por muitas vezes descritos como mártires protestantes, Ridley e Cranmer morreram por uma fé Patrística. O arcebispo Cranmer acreditava apaixonadamente que “Muitos autores antigos, tanto gregos como latinos, … mais de mil anos depois de Cristo ensinaram como eu ‘. Ele apelou para a “antiga Igreja de Roma, [que] por mil anos juntos, nem acreditou nem usou o sacramento como a Igreja de Roma tem feito nos últimos anos.[28] Como o título de seu livro indica, Cranmer queria defender “A Verdadeira e Católica doutrina do Sacramento do Corpo e do Sangue de Cristo … cimentado e estabelecido pela Santa Palavra de Deus e aprovado pelo Consentimento dos mais Antigos Doutores da Igreja “.[29] Esta apelação às Escrituras e aos Padres foram feitas tanto pelos Reformadores Ingleses como por seus contemporâneos continentais.  (c) O que os Pais ensinaram? Sua abordagem a esse tópico pode ser resumido brevemente: a. Os primeiros escritores pós-apostólicos continuaram a linguagem inconscientemente “realista” dos Evangelhos e de São Paulo. Inácio de Antioquia, no começo do século II, usou a crença da Igreja de que “a Eucaristia é a carne do nosso Salvador Jesus Cristo “para contrariar aqueles que negaram a realidade da encarnação.[30] Algumas décadas depois, Justino Martir pôde escrever: “fomos ensinados que o alimento que foi eucarististizado através da palavra de oração que vem dele – alimento pelo qual nosso sangue e nossa carne são nutridos pela transformação – é tanto a carne como o sangue do Jesus que se fez carne ”.[31] Essa linguagem de identidade é continuada por escritores posteriores. b. A presença eucarística não foi objeto de controvérsias nos primeiros séculos. Houve debates e divisões sobre muitos assuntos, mas a realidade da presença de Cristo na Eucaristia ele não era um deles. Foi aceito por todas as partes. c. Não houve tentativa de produzir uma explicação oficial de como o pão e o vinho poderiam ser o Corpo e o Sangue de Cristo. Diferentes Padres usaram ​​diferentes termos – ‘imagem’, ‘tipo’, ‘semelhança’ etc. – e algumas vezes o mesmo escritor poderia usar terminologia diferente em diferentes lugares, mas a identificação dos elementos com o Corpo e Sangue de Cristo são consistentes entre eles. (d) As convicções do Bispo Cummins sobre a teologia do Livro de Oração foram de fato mais ampla e mais generosas do que sugere a breve Declaração de Princípios. O próprio bispo Cummins escreveu: O Livro de Oração “não está comprometido com nenhum sistema humano de teologia, mas é suficiententemente amplo e exaustivo para abarcar homens que diferem amplamente em suas interpretações e definições da verdade das Escrituras. … [L] a teologia do Livro de orações … não é o luteranismo, nem calvinismo, nem arminianismo; mas melhor que todos, engloba tudo o que é precioso e verdadeiramente vital em cada um desses sistemas, mas sem se comprometer com nenhum; e um discípulo de cada uma dessas escolas pode encontrar nele aquilo que dá “descanso à sua alma”.[32] Mais tarde, no mesmo sermão, Cummins enumera calvinistas, arminianos, wesleyanos e luteranos como aqueles que podem encontrar doutrinas que são preciosas para eles consagradas no Livro de Oração. Particularmente significativo é o fato de que o nome de Zwingli não aparece nessa lista. Cummins não afirmou que quem advoga-se por uma doutrina da “Real ausência” da presença eucarística encontraria sua posição apoiada pelos ritos do Livro de Oração. Neste, Cummins está sendo fiel à herança autêntica da Igreja da Inglaterra, que tanto significava para ele. A ideia de uma “ausência real” está expressamente excluída pelas formulários anglicanos. A ‘Homilia sobre receber dignamente e reverenciar o sacramento do corpo e sangue de Cristo’ diz: [o comungante] pelo menos, deve estar seguro de manter, que na ceia do Senhor não há cerimónia vã, nenhum sinal nu, nenhuma figura falsa de uma coisa ausente, mas como diz a Escritura, … a comunhão do corpo e sangue do Senhor em uma incorporação maravilhosa …’[33] Além disso, embora Zwingli esteja ausente, Lutero está presente: Dão grande valor à digna participação do corpo e sangue de Cristo, os luteranos? Sem dúvida, a linguagem elevada e brilhante do ofício de comunhão está pronta para satisfazer a anseios mais profundos da alma … ‘[34]  Em contraposição a linguagem bruta da seção IV da Declaração de Princípios, deve-se colocar não só as Escrituras, os Padres, os Reformadores Ingleses, os Artigos e a linguagem do Livro de Oração Comum, mas as convicções do próprio Cummins, expressadas de uma forma mais ponderada em outros tempos, quando não estava sob extrema pressão. (e) Adicionalmente, a amplitude das convicções de Cummins se evidencia pelo fato de que a primeira pessoa que ele procurou consagrar como bispo da recém-constituída Igreja Episcopal Reformada foi seu mentor Muhlenberg.[35] A relevância deste fato se torna clara quando é lembrado que Muhlenberg já havia dado expressão prática ao seu compromisso apaixonado com o conceito de catolicismo evangélico: por exemplo, a dedicação da primeira igreja que ele construiu foi “A Igreja da Santa Comunhão”; ele advogou em favor da Eucaristia semanal; ele foi o fundador de uma comunidade de irmãs; usava estola e constantemente afirmava que “todo verdadeiro evangélico deve ser católico”.[36] O que Cummins desejou com fervor que um homem assim fosse seu colaborador no episcopado para estabelecer juntos os fundamentos da Igreja Episcopal Reformada, isso indica uma amplitude de simpatia e tolerância que devem ser levadas em consideração na avaliação do texto que ele compôs.[37]Quais são as conseqüências de tudo isso para nossa interpretação desse “ponto”? Cummins era um homem corajoso e visionário, mas ele e os Princípios que escreveu não são infalíveis. Neste caso podem ser mal entendidos se forem considerados isoladamente das outras fontes de doutrina na Igreja Episcopal Reformada e na própria Declaração de Princípios.
O Artigo XX dos Trinta e Nove Artigos declara o princípio de que não é lícito “expor um lugar da Escritura, de modo que seja repugnante para o outro.”O mesmo princípio certamente manter-se aqui. A declaração da seção IV não deve ser interpretada de maneira que os resultados sejam repugnantes para as Escrituras, os Padres, os Concílios, os reformadores e as formulários anglicanos, ou aos próprios pontos de vista da Cummins, conforme expressados em outros lugares.[38] O erro que esta afirmação procura evitar – a redução da Eucaristia à criação de um objeto Talismânico – é claro e sua rejeição é legítima. No entanto, esta parece ser uma situação em que os Princípios devem ser submetidos ao escrutínio das mesmas fontes de doutrina já reconhecidas pela família episcopal reformada, conforme mencionadas anteriormente. Essas fontes de doutrina nos aconselhariam – na verdade exigem de nós – seguir o exemplo dos Padres e permitir que haja uma variedade de teorias mantidas lado a lado no abraço tolerante da Igreja.[39] Ora, isso não significa que todas as teorias sejam igualmente válidas.Os reformadores ingleses tinham boas razões (filosóficas e teológicas) para rejeitar o conceito de transubstanciação como entendida até o final da Idade Média.[40] Ao mesmo tempo, a insistir em uma teoria particular nos tornaria culpáveis do mesmo erro que os reformadores e as igrejas orientais acusaram a Roma de cometer quando insistiu na transubstanciação como o único meio legítimos para definir o mistério. É mais honesto aceitar que a presença de Cristo na Eucaristia não foi definida por nenhum Concílio Ecumênico e, de fato, está além da definição ou compreensão humana. Os Trinta e Nove Artigos de Religião, por exemplo, adotados na primeira Declaração de Princípios, assim o reconhecem. O artigo XXVIII declara: “o corpo de Cristo é dado, se toma e se come na Ceia apenas de um modo celestial e espiritual. “Esta linguagem não fazia parte dos Quarenta e Dois artigos que os precederam. No entanto, após a morte de Cranmer, a Igreja da Inglaterra acrescentou essa linguagem à versão final dos Trinta e Nove Artigos aprovados em 1571. O Artigo preserva o sentido da Igreja Bíblica e Antiga de que o Corpo de Cristo é administrado claramente na Ceia de uma maneira indefinida e misteriosa, enquanto é apenas eficaz para aqueles que a recebem pela fé com ação de graças.

Para ser uma realidade para os fiéis, a doutrina a que as teorias procuram dar expressão deve expressar-se na liturgia. Para Cummins, o Livro de Oração Comum tinha o potencial de ser “a corrente de ouro para restaurar a antiga unidade do reino do Redentor” porque “encarna, como nenhum outro volume não inspirado, a antiga e primitiva fé católica da Igreja de Cristo. “[41] Esta fé Católica – com sua firme convicção inquebrantável, de que o que recebe dignamente o Pão e o Vinho sacramental se alimente verdadeiramente do Corpo e Sangue de Cristo na Eucaristia – é o que mantém a Família das Igrejas Episcopais Reformadas. Esta alimentação é possível graças ao poder do Espírito Santo que permite que nosso comer e beber sacramental “de uma maneira celestial e espiritual “seja uma antecipação do banquete celestial”. Mais além disso, ficamos em silêncio diante de um mistério.

7. Regeneração batismal A Igreja Episcopal Reformada foi formada no contexto de uma controvérsia do século XIX sobre a palavra “regenerado” no serviço batismal. Tanto na América do Norte como no Reino Unido, o contexto foi um em que se praticou o batismo indiscriminado de bebês de pais que mantinham a menor lealdade à Igreja. Reivindicar, como o faz a Ordem do Batismo no Livro de Oração Comum, que tais crianças são “regeneradas” (entendidas como “salvas para a eternidade”, independentemente do que eles farão na vida posterior) simplesmente como resultado de serem batizados, pareceu a muitos atribuir ao sacramento eficácia mecânica contrária ao teor das Escrituras. Esta questão pode ser abordada em geral a partir de três abordagens:

1. O Novo Testamento mesmo nos mostra que a regeneração, se entendida como um renascimento interior, pode preceder, acompanhar ou seguir o ato de batismo (Atos 10: 44-48; 22:16; 8: 14-17). Também nos mostra pessoas cujo batismo não parece ter produzido um novo nascimento (por exemplo, Simão o Mago, Atos 8: 18-23 e Alexandre, o Latoeiro. 2 Timóteo 4:14) e adverte contra a suposição de que todos os que são batizados, comem e bebem [da Santa Comunhão] são aceitos diante de Deus (1 Coríntios 10: 1-6). Portanto, acreditamos que a aplicação mais honesta da evidência do Novo Testamento é afirmar que existe uma conexão entre regeneração e batismo, desde que seja concedido que a regeneração pode preceder, acompanhar ou seguir o batismo ou não ter nenhum lugar.[42]

 

2. Há uma tendência a equacionar o termo regeneração com conversão moral e vivificação interna. A palavra em seu sentido clássico no Livro de Oração Comum significa o “estado em que alguém foi colocado no batismo”, no sentido de ser colocado em Cristo e na sua Igreja, passando do reino das trevas para o reino da luz. A coleta para o Dia de Natal no livro de oração comum usa a palavra regeneração nesse sentido: “Deus onipotente, que nos deste

a seu Filho unigênito, para que ele assumisse sobre si a nossa natureza, e nascesse em um tempo como este de uma virgem pura; Concede que sendo regenerados e feitos seus filhos por adoção e graça, sejamos cada dia renovados com o seu Santo Espírito … “O uso da palavra” regenerado “neste contexto aplica-se a congregação no sentido que o proeminente líder evangélico J.C. Ryle (primeiro

bispo de Liverpool) chamou “suposição caritativa” .[43] Ou seja, todos são presumidos regenerados baseado no pacto do batismo. Ao mesmo tempo, que retemos a Coleta do Dia de Natal, as Igrejas Episcopais Reformadas sempre temos enfatizado que a fé evangélica é necessária para tornar efetiva a sacramento do batismo.

3. O próprio bispo Cummins não teve problemas com o conceito corretamente compreendido. Em 1873, dirigindo-se à Aliança Evangélica falando sobre o tema de “As doutrinas da justificação, romana e reformada, contrastadas” disse: “Se você perguntar, qual é a relação do batismo com a justificação de acordo com o Igreja Reformada, talvez a melhor resposta seja encontrada no Artigo Vigésimo Sétimo da Igreja da Inglaterra. ‘O batismo não é apenas um sinal de profissão, pelo qual se discerne os homens cristãos daqueles que não se batizam; mas é também um sinal da regeneração, pelo qual, como por um instrumento, aqueles que recebem o batismo corretamente são enxertados no Igreja; as promessas do perdão dos pecados e da nossa adoção como filhos de Deus se firmam e selam visivelmente, a fé é confirmada e se aumenta a graça em virtude de orar a Deus ‘.

Nisso tudo o protestantismo concorda: a fé é o único instrumento de justificação.

O batismo é:

  1. Um sinal da profissão de um homem cristão.
  2. Um sinal de regeneração ou novo nascimento.
  3. Um instrumento, quando é recebido corretamente, pelo qual somos enxertado na Igreja.
  4. As promessas de nosso perdão e adoção são visivelmente firmadas e seladas; e
  5. A fé é confirmada e a graça aumentada em virtude da oração a Deus.[44]

A aceitação de Cummins do conceito de regeneração batismal foi consistente com a dos outros líderes evangélicos da época que estavam prontos para defender seu uso na liturgia batismal, contanto que fosse corretamente entendido.[45] Em sua mais recente revisão litúrgica, a Igreja Reformada Episcopal na América do Norte foi capaz de restaurar o termo ‘regenerado’ para o Serviço de Batismo, explicando seu significado em uma rubrica no final do ofício:

A palavra “regenerado” neste ofício de Batismo está bem intencionada para significar a nossa inserção e incorporação no rebanho de Cristo e um reconhecimento agradecido dos benefícios de Cristo alí dados a todos os que recebem o Batismo corretamente (ver Artigo xxvii). Contudo, para evitar que a mesma palavra seja mal interpretada por qualquer pessoa, seja por ignorância, malícia ou obstinação: pela presente se declara que o uso desta palavra não pretende denotar uma alteração essencial na natureza, nem o passar, como por um processo misterioso, para a plenitude da vida religiosa marcada pela fé, o arrependimento, a santidade incipiente, os desejos ardentes por Deus ou afeições elevadas.[46]

A obra do Espírito Santo não está sob nosso controle – ‘O vento sopra onde quer. Escutas sua voz, mas não pode dizer de onde vem ou para onde vai. Assim é com todos os nascidos do Espírito’ (João 3: 8) Veneramos e usamos a ordenança que o Senhor nos têm ordenado, e deixamos a sua providência misericordiosa o mistério da sua eficácia.

8. As cláusulas da Igreja da Irlanda Estas cláusulas, exclusivas da versão britânica da Declaração de Princípios, não são controversiais. A descrição da Igreja como ‘Reformada e Protestante’ simplesmente reflete a descrição da Igreja da Inglaterra tal como se encontra, por exemplo, no juramento da Coroação.[47] O compromisso de manter comunhão com todas as igrejas cristãs é notável em seu contexto pré-ecumênico do século XIX, mas totalmente coerente com a visão em favor da unidade cristã de Muhlenberg e Cummins.  A cláusula final derivada da Constituição da Igreja da Irlanda nomeia ‘a Fé primitiva’ como a norma para a doutrina e a adoração. Isto está obviamente de acordo com o respeito pelos Padres e a Igreja primitiva menciona acima e reflete o sentido de continuidade histórica da Igreja da Irlanda, que como Episcopais Reformados compartilhamos. 

Conclusão.

Portanto, embora a Declaração de Princípios seja uma parte inalienável da história episcopal reformada, deve-se ter cautela em sua interpretação. Como temos mostrado, os princípios da Declaração nunca tiveram a intenção de estabelecer uma nova declaração de fé, mas sim de garantir que a Igreja que os adotou permanecesse dentro do patrimônio anglicano histórico do qual outros se afastaram.  Acreditamos que, corretamente entendido, tudo o que contem é consistente com a corrente principal do anglicanismo, com um consenso ecumênico geral e, o mais importante, com o cristianismo apostólico. Como episcopais reformados, não tentamos disfarçar o feito de que alguns de nossos formulários foram escritos em grande parte contra o ensino católico romano do século XIX e do ensino anglo-católico. Não negamos o nosso passado. Tampouco fingimos que todos esses assuntos importantes foram resolvidos ou que não importem. Porém, afirmamos novamente que os Princípios devem submeter-se ao escrutínio de suas próprias fontes declaradas de doutrina, é dizer, as Escrituras, os Padres e Concílios que concordem com as Escrituras.[48] Interpretando os Princípios de uma maneira que contradiga as Escrituras apostólicas ou que nos coloque fora da “leitura histórica e consensual” dessas Escrituras ao longo dos séculos seria uma negação de tudo o que representamos. Onde houver um choque, a Declaração de Princípios deve ceder e não o contrário. Se a Declaração de Princípios serviu para impedir a união dos cristãos biblicamente ortodoxos, então estaria efetivamente frustrando o propósito de Muhlenberg e Cummins.

Em acordo com o propósito de unir o povo de Cristo, atualmente estamos comprometidos com outros a nível internacional para nos colocarmos em pé em defesa da fé apostólica frente a ameaças tanto dentro como fora da Igreja. Claramente, a Declaração de Princípios não há constituído um obstáculo para isso, como o mostra nossa participação no movimento GAFCON e a membresia da Igreja Episcopal Reformada na Igreja Anglicana na América do Norte.

Como Episcopados Reformados, temos sido abençoados com uma rica história e uma visão empolgante. Não acreditamos que a Declaração de Princípios deva ser um obstáculo para qualquer que compartilhe a visão de uma Igreja edificada sobre os fundamentos Católicos Evangélicos do patrimônio anglicano.

Na América do Norte O mui Rev.mo. Ray R. SuttonO Rev.mo Walter R. BanekO Rev.mo David L. HicksO Rev.mo R. Charles GillinO Rev.mo Alphonza GadsdenO Rev.mo William WhiteO Rev.mo Daniel R. MorseO Rev.mo Peter Manto

Croácia O Rev.mo Jasmin Milic

Canadá Ocidental O Rev.mo Charles Dorrington

Alemanha O Rev.mo Gerhard Meyer

Igreja Livre / REC da Inglaterra O mui Rev.mo. John FenwickO Rev.mo Paul Hunt

Cuba O Rev.mo Willian Mendez Suarez

 

Notas:

[1] 1 https://www.gafcon.org/resources/the-complete-jerusalem-statement

[2] http://www.anglicanchurch.net/index.php/main/Theology/

[3] http://recus.org/principles.html.

[4] http://fcofe.org.uk/wp-content/uploads/2018/03/declaration.pdf.

[5] Anne Ayres, A vida e a obra de William Augustus Muhlenberg, Nova York, Harper & Brothers, 1880, p.237ff.

Há paralelos próximos com a definição do arcebispo Michael Ramsey de “catolicismo … que emergiu

do Evangelho de Deus “como” um organismo que inevitavelmente cresceu através da morte e ressurreição de Cristo “, em vez de um conjunto de regras (Michael Ramsey, O Evangelho e a Igreja Católica. Peabody, Massachusetts, Hendrickson Publishers, 2009, p. 56).

[6] Ayres, Muhlenberg, p. 266.

[7] Da carta de Renúncia de Cummins ao Bispo Presidente, Boswell Smith, escrita em 10 de novembro de 1873. Texto em Alexandrine Macomb Cummins, Uma Memória de George David Cummins: Primeiro Bispo da Igreja Episcopal Reformada. Filadelfia, E. Claxton, 1878, p. 420.

[8] Guelzo descreve a Declaração, no contexto de seu tempo, como “um documento extraordinariamente moderado”, com os “pontos de vistas” cuidadosamente redigidos para excluir só aos ultras extremistas entre os anglo-católicos (Allen C. Guelzo, Pela União da Cristandade Evangélica: a ironia dos episcopais reformados. Pensilvania, State University Press, 1994, p. 156).

[9] Cummins, Memoir, p. 435f.

[10] Declaração de Jerusalém, cláusula 2.

[11] Em seu discurso na reunião inaugural da REC em 2 de dezembro de 1873 (Cummins, Memoir, p. 435).

[12] ‘Uma nota sobre os artigos da religião’, em Para ser cristão: Um catecismo anglicano, Newport Beach, CA, editorial da casa anglicana, 2014, p.147. a mesma fraseologia se encontra na Declaração Teológica da ACNA.

[13] Martin Davie, Nossa herança da fé: um comentário sobre os trinta e nove artigos, Malton, Gilead Books, 2013, p. 21.

[14] John Bramhall, Works, vol. III, (Biblioteca ed. De teologia anglo católica), p. 518.

[15] A graça dada em Cristo: Informe da Comissão Internacional para o Diálogo entre a Igreja Católica

Romana e a Igreja Metodista Mundial, Lake Junaluska, Conselho Metodista Mundial, 2006, p. 55.

[16] Veja-se por exemplo, a Consulta católica ortodoxa oriental nos Estados Unidos, “Uma declaração

mais precisa sobre o documento, o batismo, a eucaristía e o ministério de Lima“, 1984, seção II, em John Borelli e John H, Erickson (eds,). A busca da unidade: Ortodoxos e católicos em diálogo, Nova York, St Vladimir’s Seminary Press, 1996, p. 71; também entre a Igreja Católica Romana e a Comunhão Anglicana (ver: Crescendo juntos em unidade e missão: uma declaração acordada de da Comissão Internacional Anglicana-Católica Romana para a Unidade e a Missão, Londres, SPCK, 2007, parágrafo 40).

[17] Defesa da Doutrina Verdadeira e Católica do sacramento do Corpo e do Sangue do Nosso Salvador Jesus Cristo, … feito pelo Reverendíssimo Pai em Deus, Thomas, Arcebispo de Cantuária, Primaz de toda Inglaterra y Metropolita, Livro V, capítulo XIII.

[18] Defesa, livro V, capítulo XIII.

[19] “A Carta do Conselho ao Bispo Ridley para derrubar os altares, e colocar mesas de comunhão em seu lugar” [24 de novembro de 1551], em Gervase E. Duffield (ed.), A obra de Thomas Cranmer, Appleford, Sutton Courtney Press, 1964 , p. 236.

[20] Por exemplo, George Whitefield, falando de sua ordenação diaconal na catedral de Gloucester vestindo uma sobrepeliz) disse: “Quando subi no altar, não pude pensar em nada mais que Samuel frente ao Senhor com um efod de linho” (George Whitefield’s Journals)., Edimburgo, Banner of Truth Trust, 1998, p. 69).

[21] Veja muitas definições no dicionário on-line, por exemplo: ‘Inglês antigo preost, de origem germânica; relacionado com o príncipe holandês, Priester alemão, baseado no presbítero eclesiástico latino ‘ancião’ (https://en.oxforddictionaries.com/definition/priest). O prêtre francês é da mesma raiz.

[22] Por exemplo, Richard Hooker, Leis da política eclesiástica. Livro 5, 78: ” Prefiro denominar a este tipo Presbíteros, em lugar de ‘Priest’, porque em um assunto de tão pouco momento, eu não ofenderia voluntariamente os ouvidos daqueles para quem o nome de ‘Padre’ resulte odioso embora sem causa …, Portanto … Deixa-os utilizar o dialeto que queiram, quer chamemos isso de Sacerdócio, um Presbitério, ou um ministério, não importa …;…; Joseph Mede (1586-1638): Diatriba: Discursos sobre diversos textos da Escritura, (1642) Livro I, n. ° 5, em Works (editor J. Worthington), 1672, p. 27: “Mas se é bem examinado” , ‘Priest’ é o inglês de ‘Presbyter’ e não de ‘Sacerdos’, já que em nossa língua inglesa não há palavra para Sacerdos … quem pode negar que nossa palavra Priest se deriva de Presbyter? ‘J.H. O primeiro Tratado de Newman começa famosamente: ‘Eu sou um de vocês, um Presbítero’. Os ritos de ordenação atuais da Igreja da Inglaterra incluem ‘A Ordenação de ‘padres’, também chamado Presbíteros’ (Common Worship: Ordination Services. Londres, Church House Publishing, 2007, pp. 31, 122). Os cânones da REC estabelecem que os termos “priest” e “presbítero” se usam indistintamente, quando se referem a aqueles ordenados para este oficio (Canon 7 (8)).

[23] O ministério pastoral é … um dom carismático que permite a aqueles que o recebem servir e edificar o corpo da Igreja” (Comissão Internacional para o diálogo Teológico Anglicano-Ortodoxo, A Igreja do Deus Trino, (Declaração Acordada de Chipre), Londres, Oficina da Comunhão Anglicana, 2006, p.73). ‘[O] rdenação não é simplesmente a comissão pela autoridade da Igreja. Em primeiro lugar, é uma invocação ao Pai pedindo o dom do Espírito ao ordenado” (Comissão Internacional Anglicana-Reformada, O Reino de Deus e nossa Unidade, Londres e Edimburgo, SPCK / St Andrew’s Press, 1984, p.57).

[24] Thomas F. Torrance, Real Sacerdócio, Edimburgo, Oliver & Boyd, 1955, p. 81. C.f. Nazir-Ali: “Se o ofício deve ser entendido como verdadeiramente apostólico, os bispos (e os ministros que derivam sua autoridade deles) serão vistos como representantes do mesmo Cristo, de una maneira particular, ao povo de Deus assim como também o mundo em geral ‘, (Michael Nazir-Ali,’ Fazia uma teologia de escolher bispos’, em The Church Observer, (Trinity 2011), p. 14).

[25] Ritos da Igreja Católica, Collegeville, Liturgical Press, (1991), II, p. 40.

[26] Prefacio ao Ordinal, Livro de Oração Comum, 1549, 1552 y 1662.

[27] Torrance: [Para Calvino] “o ministério ordenado da Igreja é el ministerio ordenado de la Iglesia [es] refletido no meio da comunidade dos crentes na forma de um ministério divinamente instituído, um episcopado celebrado em sua qualidade de unificação…” O comentário se faz no contexto do uso de Calvino de Cipriano para argumentar contra as alegações papais (Royal Priesthood, p. 92).

[28] Carta a Rainha Maria ‘[Sept. 1555], en Duffield (ed.), The Work of Thomas Cranmer, p. 297.

[29] Página do titulo.

[30] Smyrneans, 6. 2.

[31] Justin, Apología, 66.

[32] O sermão do bispo Cummins em defesa do livro de Oração Comum’, em Four Documents, Philadelphia, M’Calla & Stavely, 1874, p. 25f.

[33] Gerald Bray (ed.), The Books of Homilies: A Critical Edition, Cambridge, James Clarke & Co., 2015., p. 428f.

[34] Bishop Cummins ‘Sermão em defesa do Livro de Oração Comum’, p. 25f.

[35] Guelzo, Pela União da Cristandade Evangélica, p. 212.

[36] Ayres, Muhlenberg, pp. 177, 188 ff, 224, 242, 505 et passim.

[37] No caso de que Muhlenberg não se unisse a Cummins na Igreja Episcopal Reformada.

[38] De maneira similar, o ensinamento de Cranmer deve ser julgado em relação com as fontes, as Escrituras, ‘a Igreja católica e os muito santos Padres do passado’- que ele mesmo reconheceu.

[39] Usando a fraseologia de Michael Ramsey (The Gospel and the Catholic Church, p. 96).

[40] Ver o Artigo XXVIII dos Artigos de Religião. O artigo IV da constituição da RECUSA estabelece: “Nada calculado para ensinar que na celebração da Ceia do Senhor, os elementos do pão e do vinho se transformam na Carne e Sangue natural [quer dizer física] de Cristo, não se permitirá alguma vez no culto ou no ensino desta Igreja. ”Observe que a linguagem dos Artigos de Religião aborda o que a doutrina da transubstanciação significava no final da Idade Média na época da Reforma. Esse entendimento era significativamente diferente do que Tomás de Aquino quisera dizer com o termo. Ele usou o termo para se referir à mudança na incidência ou essência do sacramento. A forma ou o acidente, isto é, pão e vinho, não mudam. Efetivamente, portanto, o sacramento era misteriosamente duas coisas ao mesmo tempo. Depois de Tomás de Aquino, o movimento filosófico conhecido como nominalismo impactou drasticamente a doutrina da transubstanciação. O nominalismo, entre outros pontos, declarou que “uma coisa só pode ser uma coisa”. Não foi isso que Aquino. Contrariamente al tomismo, o nominalismo reduziu a crença na transubstanciação em uma visão de que os elementos se convertem fisicamente no Corpo e no Sangue. O resultado foi uma superstição crassa, reduzindo o sacramento a um objeto mágico. Para ser precisos, este ponto de vista da transubstanciação foi condenado pelos Artigos.

[41] Four Documents, p. 17. Ênfase adicionada

[42] Hoje, a Igreja Católica Romana ensina que, em alguns batizados na infância, ‘o pecado impede que o Batismo dê os frutos da salvação’ (Catechism of the Catholic Church, para. 1272)

[43] Knots Untied: sendo afirmações simples sobre pontos controversos na religião do ponto de vista evangélico, (resumido e revisado por C. Sydney Carter), London, James Clarke & Co, 1959, pp. 98-103.

[44] Citado no relatório da Comissão Litúrgica Permanente ao 50º Concílio Geral da Igreja Episcopal Reformada (ver nota 46).

[45] Veja o ensaio de Ryle, “Declarações do livro de oração sobre regeneração”, en Knots Untied, pp. 94-117.

[46] Conselho Geral da Igreja Episcopal Reformada. Journal of the Proceedings of the Fiftieth General Council of the Reformed Episcopal Church (Filadelfia: Iglesia Episcopal Reformada, 2002), 183-4. As revisões do escritório batismal foram apresentadas neste concílio para a primeira leitura e foram aprovadas para a

segunda leitura e, portanto, aprovadas para sua incorporação no Livro de Oração Comum, no 51º Conselho Geral, realizado em Orlando, Flórida, 2005.

[47] “Farás todo o possível para manter no Reino Unido a religião protestante reformada estabelecida pela lei? Preservarás e conservarás inviolávelmente o assentamento da Igreja da Inglaterra …?

(https://www.royal.uk/coronation-oath-2-june-1953).

[48] Artigo II da Constituição da Igreja Livre da Inglaterra e a Declaração Teológica da ACNA.

 

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8. A DECLARAÇÃO DE JERUSALÉM

“Em nome de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo: Nós, os participantes na Conferência sobre o Futuro Global do Anglicanismo, nos reunimos na terra do nascimento de Jesus. Expressamos nossa lealdade como discípulos do Rei dos reis, o Senhor Jesus. Prazerosamente, abraçamos a sua ordem de proclamar a realidade do seu Reino, que foi primeiramente anunciado nessa terra. O Evangelho do reino é a boa nova de salvação, libertação e transformação para todos. À luz do que acima afirmamos, concordamos em elaborar conjuntamente um caminho para o futuro, que promova e proteja o Evangelho bíblico e a missão para o mundo, solenemente declarando os seguintes princípios de ortodoxia que fundamentam a nossa identidade anglicana:

  1. Regozijamo-nos no Evangelho de Deus através do qual temos sido salvos pela graça mediante a fé em Jesus Cristo, pelo poder do Espírito Santo. Porque Deus nos amou primeiro, nós amamos, e, como crentes, evidenciamos frutos do amor, arrependimento, viva esperança e gratidão a Deus em todas as coisas;
  2. Cremos que as Sagradas Escrituras do Antigo e do Novo Testamento são a Palavra de Deus escrita, e contém todas as coisas necessárias para a salvação. A Bíblia é para ser traduzida, lida, pregada, ensinada e obedecida em seu sentido pleno e canônico, levando em conta a leitura histórica e consensual da Igreja;
  3. Afirmamos os quatro Concílios Ecumênicos e os três Credos Históricos, como expressando a regra de fé da Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica;
  4. Afirmamos os Trinta e Nove Artigos de Religião como contendo a verdadeira doutrina da Igreja, de acordo com a Palavra de Deus, e como autoritativa para os anglicanos hoje;
  5. Prazerosamente, proclamamos e nos submetemos ao senhorio único e universal do Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, o único Salvador da humanidade do pecado, do juízo e do inferno, que viveu a vida que nós não podemos viver, e que morreu a morte que nós merecíamos. Por sua morte redentora e gloriosa ressurreição, Ele assegurou a redenção a todos que a Ele se chegam em arrependimento e fé;
  6. Regozijamo-nos em nossa herança sacramental e litúrgica como uma expressão do Evangelho, e afirmamos o Livro de Oração Comum de 1662 como um padrão verdadeiro e autoritativo de adoração e oração, a ser traduzido e localmente adaptado para cada cultura;
  7. Reconhecemos que Deus tem chamado e outorgado dons aos Bispos, Presbíteros e Diáconos em sucessão histórica, para equipar todo o povo de Deus para o seu ministério no mundo. Afirmamos o clássico Ordinal Anglicano como um padrão autoritarivo para as Ordens clericais;
  8. Reconhecemos a criação por Deus da humanidade como macho e fêmea, e o padrão imutável do casamento cristão entre homem e mulher como o lugar apropriado para a intimidade sexual e a base da família. Arrependemo-nos por nossas falhas em manter esse padrão, e conclamamos uma renovação do compromisso de fidelidade duradoura no casamento e de abstinência para os em celibato;
  9. Alegremente aceitamos a Grande Comissão do Senhor ressuscitado de fazer discípulos de todas as nações, de buscar aqueles que não conhecem a Cristo, e batizar, ensinar e conduzir os novos crentes à maturidade;
  10. Estamos conscientes de nossa responsabilidade de sermos bons mordomos da criação de Deus, de sustentar e advogar justiça na sociedade, e de buscar alívio e empoderamento para os pobres e necessitados;
  11. Comprometemo-nos com a unidade de todos aqueles que conhecem e amam a Cristo, e a construirmos autênticos relacionamentos ecumênicos. Reconhecemos as Ordens e Jurisdições daqueles anglicanos que sustentam a fé e a prática ortodoxas, e os encorajamos a se unir a nós nessa Declaração;
  12. Celebramos a diversidade dada por Deus entre nós, a qual enriquece a nossa fraternidade global e reconhecemos a liberdade em assuntos secundários. Comprometemo-nos em trabalhar juntos para buscar a mente de Cristo sobre temas que nos dividem;
  13. Rejeitamos a autoridade daquelas igrejas e líderes que têm negado a fé ortodoxa por palavras e atos. Oramos por eles, e os chamamos ao arrependimento e ao retorno ao Senhor;
  14. Regozijam-nos com a perspectiva do retorno de Jesus em glória, e enquanto esperamos esse evento final da História, nós o louvamos pela maneira como Ele edificou a Igreja através do Espírito Santo, pela mudança miraculosa de vidas.”