ACERCA DOS VOTOS

ACERCA DOS VOTOS

Jorge Aquino

O momento em que efetivamente ocorre o casamento é quando os noivos, que já deram o consentimento mútuo, fazem seus votos. Os votos são também chamados de fórmula porque é o momento em que os noivos fazem solenemente seus compromissos. Nas igrejas históricas os votos são muito parecidos e nas Igrejas Anglicanas são assim: “Em nome de Deus, eu, __, recebo a ti, __, para ser minha esposa (esposo), de hoje em diante, para conservar-te, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, para te amar e cuidar de ti, até que a morte nos separe. E para isso, eu te dou a minha palavra e fé.
Destes votos podemos identificar alguns elementos
1. Ele é feito “em nome de Deus” e esta invocação do Criador nos impele a fazer o que estamos fazendo com gravidade e responsabilidade;
2. Os votos são pessoais: “eu, __, recebo a ti, __, para ser minha esposa (esposo)”. O casamento é um gesto voluntário em que um “recebe” o outro. Normalmente, “recebemos” algo, quando recebemos um “presente”. Gosto de ver nestas palavras o reconhecimento mútuo de que Deus está presenteando cada noivo com algo muito precioso: aquele ou aquela que cuidará dela pelo resto de sua vida.
3. Os votos possuem uma expressão temporal: “de hoje em diante”. Isto significa que não existirá um momento entre o “hoje” e o “fim”, em que os cônjuges não estarão atados pelos votos que estão fazendo.
4. Os votos implicam em um compromisso de cuidado mútuo: “para conservar-te, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, para te amar e cuidar de ti”. Este cuidado ocorrerá em qualquer circunstância, quer envolva aspectos existenciais (alegria ou tristeza), financeiros (riqueza e pobreza) ou bem-estar (saúde ou doença). Quem faz estes votos estão dispostos a amar e a cuidar em qualquer circunstância.
5. Quem faz estes votos está sem comprometendo para toda a vida, por isso ele diz: “até que a morte nos separe”. A certeza de que se ama e de que se é amado é tanta que quem faz estes votos aposta toda a sua vida no sentimento que anima seu coração.
6. Esta certeza pode ser descrita pelas palavras que encerram os votos: “E para isso, eu te dou a minha palavra e fé”. A palavra é empenhada tanto quanto sua crença mais íntima, ou seja, sua fé. Os noivos se comprometem com sua honra e sua crença, que cumprirão estes votos.
Minha oração é que cada noivo ou noiva que faz estes votos tenham em mente a responsabilidade, a gravidade e a importância deste momento em que o casamento se materializa.

NOTAS SOBRE A PREFAÇÃO

Jorge Aquino

O primeiro momento do casamento é chamado de prefação. É neste momento em que a cerimônia começa e o Sacerdote dá algumas explicações sobre o que significa o casamento. Em um dos Ritos anglicanos do casamento, há uma prefação em cujo segundo parágrafo há uma citação que eu gosto muito. Ela diz assim: “É da vontade de Deus que a união de esposo e esposa no coração, corpo e mente, seja para edificação mútua; para ajuda e consolo de ambos, tanto na alegria como na adversidade; e quando Deus assim o permitir, para a procriação dos filhos e sua educação no conhecimento e amor do Senhor”.

Há duas grandes verdades apresentadas aqui: em primeiro lugar encontramos o elemento fundante do casamento e, em segundo, seu aspecto teleológico. Em primeiro lugar, temos o elemento fundante, qual seja, a plena união do casal. Quando o prefácio fala da: ”união de esposo e esposa no coração, corpo e mente” temos aqui uma forma retórica de descrever uma união que envolve a pessoa por inteiro. Explico. O coração é a sede dos sentimentos, o corpo é a sede dos desejos e a mente é a sede da razão. Isto significa que quem deseja casar precisa está inteiro em seus sentimentos, desejos e razões. Não adianta ter boas razões para se casar com uma certa pessoa se o aspecto “corpo” ou o aspecto “coração” não estão presente. Não adiante se sentir atraído pelo corpo se a razão diz que esta não é a pessoa certa. O mesmo pode ser dito sobre o coração, ou seja, os sentimentos. É preciso que os noivos estejam inteiros naquilo que estão fazendo, senão o casamento tem fortes chances de ter dificuldades e de acabar.

A segunda grande verdade que esta prefação nos revela que é o aspecto teleológico do casamento. O que é isso? Teleologia tem a ver com a “finalidade” das coisas. Afinal, para que casamos? A prefação anglicana apresenta três razões: “seja para edificação mútua; para ajuda e consolo de ambos, tanto na alegria como na adversidade; e quando Deus assim o permitir, para a procriação dos filhos”. O primeiro elemento é a edificação mútua. O que significa isso? Que os noivos são mutuários de uma edificação. O casamento é uma edificação, ou seja, uma construção, em que os dois têm que participar. Não há casamento quando somente um trabalha e edifica e o outro apenas assiste – quando não destrói. O segundo elemento é “ajuda e consolo de ambos, tanto na alegria como na adversidade”. Sabemos que a vida não é feita apenas de alegrias. Se fosse seria muito bom e fácil se manter casado. Há, contudo, intempéries, lutas, dores, perdas, doenças, etc. São nestes instantes que nosso companheiro(a) se revela fundamental para nossa sustentação. Quando passamos por uma enfermidade é que compreendemos a importância de poder segurar a mão da pessoa que se comprometeu a estar do nosso lado em todos os momentos. Por isso eu compreendo a dor das pessoas que perderam seu/sua companheira(o) de 30, 40 ou 50 anos. A ultima razão de ser do casamento é descrito na prefação assim: “e quando Deus assim o permitir, para a procriação dos filhos”. Devo explicar, antes de mais nada, que a expressão “quando Deus assim permitir” significa que os anglicanos fazem casamentos de pessoas que não podem gerar filhos. Na Igreja Romana, por exemplo, a impotência total ou parcial é um defeito dirimente para o casamento, ou seja, pessoas com este problema não podem casar na Igreja Romana. Entre os anglicanos não há esta dificuldade. A inseminação artificial ou a adoção podem ser alguns dos caminhos trilhados por casais que não podem ter filhos e queiram se casar. Mas o que importa é compreender que o casamento existe, também, para gerar filhos e educa-los na fé cristã. Afinal há em todos nós, seres humanos, uma certa certeza de que nos eternizamos por meio dos filhos.

Padre Jorge Aquino no Casamento de Diogo das virgens e Carol em Barreta

Casamento de Diogo das virgens e Carol em Barreta

Um lindo casamento entre o músico Diogo e a pedagoga Carol, realizado na praia de Barreta. Que Deus os dirija sempre!!

Quem inventou o amor
Explica por favor…
Quem inventou o amor
Explica por favor…
Vem e me diz o que aconteceu
Faz de conta que passou
Quem inventou o amor
Explica por favor…
Daqui vejo seu descanso
Perto do seu travesseiro
Depois quero ver se acerto
Dos dois quem acorda primeiro
Quem inventou o amor
Explica por favor…
Quem inventou o amor
Explica por favor…
Quem inventou o amor
Explica por favor…
Quem inventou o amor
Explica por favor…
Enquanto a vida vai e vem
Você procura achar alguém
Que um dia possa lhe dizer
– quero ficar só com você
Quem inventou o amor

Padre Jorge Aquino com Sibelly e Maurício na Granja Canaã

Padre Jorge Aquino com Ciblly e Maurício na Granja Canaã

Desde os nossos primeiros encontros percebi que este era um casal marcado pela alegria. Em todos os encontros Maurício sempre me saudava dizendo: “Salve Jorge”! Afinal, foi este nome que acabou fazendo com que eles me escolhessem para presidir esta cerimônia. Sei das inúmeras semelhanças que há entre vocês, e um bom casal valoriza isso. Que Deus os abençoe sempre e os acompanhe onde que que forem.