São Pedro Crisólogo

Pedro Crisólogo

Rev. Padre Jorge Aquino

A história da Igreja cristã está repleta de grandes personalidades que se notabilizaram por diversos fatores. Alguns entraram na história porque deram sua vida e foram martirizados das mais terríveis formas. Outros se transformaram em grandes propagadores da fé cristã e levaram as Boas Novas do Evangelho aos rincões mais distantes do mundo conhecido. Outros, porém, dedicaram sua vida ao estudo e ensino das Sagradas Escrituras e à defesa da fé cristã ante à novas doutrinas que surgiam a cada momento.

Dentre estes que se notabilizaram pelo ensino, citamos hoje a pessoa de São Pedro Crisólogo. Nascido em Ímola, Itália, em 380, onde foi batizado, instruído e ordenado diácono, seria mais tarde nomeado Arcediago, até que Sisto II o nomeou Bispo de Ravena. Ele morreria com 70 anos no dia 31 de julho de 450 durante uma visita que fez à sua cidade Natal. Condenou com ênfase tanto o arianismo quanto o monofisimo e fez uma série de sermões sobre o Credo Apostólico de forma simples e clara. Como ele era um exímio pregador, marcado pela brevidade e, ao mesmo tempo, profundidade de suas homilias, ele passou a ser chamado de chrysólogus, e passou a ser conhecido como Pedro das “palavras de ouro”. A data em que se comemora sua memória sempre foi 31 de julho, no entanto, na Igreja Romana, essa data passou em 1968 para o dia 30.

Sermão do Domingo do Próprio 12

Jorge

(Eclesiastes 1: 18-23; Colossenses 3: 5-11; Lucas 12: 13-21)

TEMA: As exigências da nova vida em Cristo (Colossenses 3: 5-11).

Introdução: Estamos prestes a assistir uma nova Olimpíada, agora em nosso pais. Milhares de atletas estão chegando ao Rio de Janeiro na busca de alcançar uma medalha de ouro. Todos ele, no entanto, têm algo em comum: eles treinaram muito para isso. Sempre que se deseja algo é preciso pagar um preço.

Elucidação: Nos versículos anteriores, Paulo está ensinando à igreja de Colossos que, se alguém está em Cristo, essa pessoa foi ressuscitada com ele e, por conseguinte, é uma nova criatura. Esta mudança que ocorre em nossa vida atinge, principalmente nossa mente e por isso, passamos a pensar, não nas coisas meramente humanas, vazias e fúteis, mas nas coisas que são do alto, onde Cristo está. Mas esses pensamentos precisam produzir um comportamento que lhe seja consequente. Em outras palavras, no texto que lemos, Paulo está nos dizendo que o novo nascimento – a ressurreição -, implica em, pelo menos três grandes exigências para aqueles que se dizem cristãos:

I. EXIGE A EXTERMINAÇÃO DAS INCLINAÇÕES CARNAIS (v. 5-7)

A primeira palavra que Paulo usa é “exterminar” e ela vem do grego nekrôsaté – de onde vem a palavra “necrose” -, que significa “fazer morrer”, “mortificar” e “considerar morto”. A ideia na mente do autor é que, aquele que já ressuscitou para uma nova vida deve fazer morrer, de dentro de si, aquelas inclinações de nossos membros, ou seja, inclinações de nosso corpo. Obviamente uma vida plena em Cristo não pode ser cheia de elementos que manifestam nem “contém” Cristo. Por isso precisamos abrir mão de uma série de elementos.

  1. Prostituição. Paulo sabia que ressuscitar para uma nova vida não garantia uma vida de santidade. Por isso era preciso se esforçar para vencer os principais inimigos do cristão. E o primeiro que ele nomeia é a prostituição ou, em grego, pornéia, que melhor seria traduzido por “imoralidade”, porque esta palavra implica em muito mais coisas do que apenas o tráfico do sexo. Em seu sentido mais íntimo ela fala de um comportamento semelhante ao de uma prostituta, que vende seu corpo, mas, em nossa sociedade, há quem venda seus valores, sua fé, e a própria a religião. E isso também é pornéia.
  2. Impureza. Ao usar a palavra akatarsían, Paulo estava fazendo menção a qualquer forma de impureza sexual ou moral, mas certamente ele também estava incluindo as impurezas espirituais que sempre são consequências das duas primeiras.
  3. Paixão. No texto grego original a palavra usada é pathos, que aponta para a “paixão” ou para o “desejo irrestrito” que é tão forte que faz doer e nos domina. São interessante as considerações de Champlin quando ele diz que “Tal vocábulo pode indicar anelos bons e maus, dependendo do modo como é empregado. Pode indicar uma emoção passiva ou ativa; mas, usualmente, é usada para indicar paixões violentas e prejudiciais, que irrompem na forma de cólera, de ira descontrolada”.
  4. Concupiscência, ou seja, “a constante ambição por algo mais” (R.E.O. White) e que é, em I Co 5:10; 6:9s, colocada ao lado da pilhagem e do roubo. É interessante saber que a palavra grega epithumían, nos fale de “anelos” e “desejos”, nos manuscritos P46 e G, vem acompanhada do adjetivo kakên, que significa “maligno”. Isso, certamente indica que os leitores deveriam entender esse desejo como algo negativo. Nem tudo o que se quer é certo.
  5. Avareza. Este é o pecado de se desejar “o que pertence a outros, a cobiça pela fama, pelo lucro ou pelas vantagens terrenas” (Champlin). Em seu termo original – pleonexian -, também pode significar insaciabilidade. Para Paulo, esse pecado também pode ser chamado de idolatria. Erra quem pensa que a idolatria é apenas a adoração de uma imagem. Ela tanto pode significar “a adoração procurada como um meio de prosperidade” (Barcley), como “fazer do lucro um deus” (Ashby). Sempre que alguém coloca algo em lugar de Deus, comete idolatria.

E, contra aqueles que cometem esses pecados e, portanto, revelam que naõ “ressuscitaram com Cristo” e que não possuem uma “nova natureza”, virá, inevitavelmente, a ira de Deus (orgê tou theou). Mais uma vez destacamos, essa ira virá sobre aqueles que são identificados (pela prática destes gestos) como “filhos da desobediência”, um hebraísmo que indica aqueles que, por natureza, são desobedientes.

Aplicação: A leitura do livro de Eclesiastes nos lembra que “tudo é vaidade”, ou seja, que nada nesse mundo é duradouro, estável, importante e tão relevante a ponto de impedir que vejamos que somente em Deus podemos viver uma vida plena. De nada adiantará o dinheiro, o poder, a fama, o sexo, a condição social ou qualquer outro elemento que o faça pensar que você é superior a alguém. No fim de tudo, você irá para o mesmo lugar: uma sepultura. Porque, então, valorizar tanto o que é tão fútil?

II. EXIGE A PRIVAÇÃO DE ANTIGOS HÁBITOS (v. 8, 9)

Além de exterminar aquelas inclinações carnais, o cristão é alguém que busca se provar de certos hábitos que não cabem mais na vida de quem “pensa nas coisas que são do alto” e que ressuscitou com Cristo para uma nova vida. Para Paulo, é preciso se privar, ou como no original grego – apothesthe – diz, “tirar de si mesmo”, “remover”, “se despir” de uma velha roupa com a finalidade de usar outra mais adequada e nova. O verbo está no imperativo médio para nos lembrar que este gesto é uma ordem que Deus nos dá e que o ato é realizado por nos mesmo, e não por Ele. Assim, precisamos jogar fora ou nos despir:

  1. Da ira. Ou como Paulo escreveu no original, Orgên, que é uma obra da carne (Gl 5:20) característica das pessoas insensatas (Pv 12:16) e que pode vir acompanhada, ou levar à crueldade.
  2. Da cólera. O termo grego usado por Paulo, thumón, também se traduz por “raiva abrasadora” ou “indignação”. Ela também é uma obra da carne (Gl 5: 20) e se refira à “ira apaixonada” e “explosão de ira”. Enquanto a ira é algo fixo, a cólera é uma manifestação súbita e inesperada.
  3. Da malícia. Esta palavra no grego – kakia – é traduzida não só por “malícia”, mas por “maldade”, “malignidade” e, por uma série de outras palavras que, em geral, refere-se à natureza viciosa que se inclina a fazer o mal para as outras pessoas.
  4. Da maledicência. Esta palavra, mesmo no original grego, é conhecida de todos nós. Paulo usa o termo blasfêmian para se referir a “fala abusiva contra Deus ou contra os homens”. Trata-se aqui, do pecado da difamação ou da injúria contra a honra ou a reputação de outrem. Parece-nos que Paulo vai fazendo uma sequência que começa dentro de nós, com a ira, e que vai se exteriorizando cada vez mais.
  5. Das palavras torpes. Quando Paulo usa o termo aischrologian, que, segundo Lightfoot, significa “linguagem abusiva, ofensiva e torpe”. Mas o termo também pode significar “palavras obscenas”. Segundo Maclaren, citado por R.E.O. White, “O que flui de palavras ociosas, palavras tolas, palavras que ferem… inunda o mundo”. Uma vez que estas palavras saem, diz o texto, “de vossa boca”, e considerando que a raiz do termo usado por Paulo é aischros, que significa “feio”, “vergonhoso” ou “aviltante”, podemos traduzia a frase como “abuso de uma boca suja”.
  6. Da mentira. Ao usar a palavra pseudesté, Paulo está se referindo a algo muito sério e que diz respeito a uma exortação fundamental para uma comunidade de cristãos. Segundo nos ensina Ralph Martin, “A mentira leva a um rompimento da comunhão cristã, porque engendra a suspeita e a desconfiança, e assim destrói a vida em comum no corpo de Cristo (Rm 12:4) mediante a qual somos ‘membros uns dos outros’”.

A razão para que nos privemos desses antigos hábitos é apresentada por Paulo quando ele diz: “uma vez que vos despistes do velho homem com seus feitos” (v.9). Paulo está usando a metáfora de alguém que joga suas roupas velhas e sujas fora, para se revestir de novas vestimentas.

Aplicação: Alguém já disse que a maledicência “é o que acontece quando alguém que não tem nada de útil a fazer, resolve gastar seu tempo falando da vida de outra pessoa, prejudicando a troco de nada alguém que, com certeza, ele inveja”. Ela é a irmã mais nova da mentira e da falsidade e só pode produzir o que é ruim. Como acreditar que um cristão seja capaz de subir pela escada de pecados apresentada por Paulo, que começa na ira, vai para a cólera, e daí segue para a malícia, maledicência, palavras torpes até chegar à mentira? O verdadeiro cristão não tem alegria com a mentira. Afinal, diz a Bíblia, “os lábios mentirosos são abomináveis ao Senhor” Pv 12: 22. Quem se despiu do velho homem, com seus feitos, deve viver em novidade de vida (Rm 6: 4).

III. EXIGE UMA NOVA VESTE (v. 10, 11)

  1. Vos vestistes do novo. Segundo comenta Ralph Martin, “Todos os comentaristas concordam que há um tema batismal nestes verbos, tirados da atividade de despir-se para o ato do batismo, quando o novo cristão entrava na água, e de vestir-se depois”. Em Cristo somos revestidos de um “novo homem”, regenerados e passamos a viver em novidade de vida. Esta novidade implica em que, cada um de nós, Que se renova para o pleno conhecimento. Ao usar a expressão “pleno conhecimento” ou em grego “epígnôsin”, Paulo está deliberadamente usando um termo gnóstico para indicar que o verdadeiro e pleno conhecimento é oriundo da nova vida em Cristo. Segundo ensina Hendriksen, “Este conhecimento supera em muito qualquer ‘conhecimento’ em que se gloriavam os falsos mestres que estavam perturbando as igrejas (…). Este conhecimento pleno tem a ver com o coração e a mente, é experimental e tem como meta a santa vontade de Deus (Rm 12:2)”. A renovação de nosso conhecimento ocorre, conforme Paulo ensina, segundo a imagem daquele que o criou, ou seja, Paulo nos diz que o modelo, o padrão e a medida desta renovação “é a imagem de Deus, como se estivesse falando de Adão. Em outras palavras, “o homem novo não é simplesmente a restauração de tudo o que pertencia ao primeiro homem antes da queda”. Mas assim como trazemos a imagem do primeiro Adão em nós, também trazemos a imagem do celestial (I Co 15: 49) que é Cristo.
  2. Em uma comunidade de iguais. Paulo neste texto faz referência à Igreja como sendo uma comunidade onde não existem diferenças ou privilégios espirituais relacionados ao nascimento, por isso ele se refere aos circuncidados e aos não-circuncidados (judeus e gregos). Em Cristo, as promessas feitas à Abraão se estendem à toda a humanidade, mesmo os mais bárbaros conhecidos – os citas – que assolavam toda a área do mar Mediterrâneo oriental, mostrando que também não existem diferenças culturais ou etnicas. Em Cristo não existem diferenças oriundas de aspectos ou estamentos sociais (escravo ou livre). Mas, a Igreja é vista como uma comunidade onde Cristo é tudo em todos, ou seja, o que importa é estar em Cristo. Segundo Hendriksen, “Sua morada pelo Espírito em todos os crentes de qualquer transfundo racial, religioso, cultural ou social, assegura a criação e gradual perfeição em todos e em cada um deles”. O próprio tema desta carta chega ao seu ápice nessa frase, uma vez que o Cristo, em quem habita toda a plenitude da divindade, agora compartilha seu ser com todos os seu, ou seja, com sua Igreja, a noiva do Cordeiro. Em Cristo entramos em um mundo novo e em uma nova realidade que prefigura o Reino que virá no escatón.

Conclusão: No texto do Evangelho de hoje, Jesus é interpelado por alguém do meio da multidão pedindo que ele impele seu irmão a repartir a herança que tinha direito, com ele. Jesus olha para aquele homem e diz: “Quem me fez árbitro ou juiz entre vós?”. Em seguida nos ensina a nos resguardarmos de toda espécie de ganância porque a vida não consiste na abundância de bens. Em seguida ele passa a contar uma parábola sobre alguém que construiu um grande celeiro para colocar todos os seus bens e que, ao final, disse a si mesmo: “Descansa, come, bebe e goza a vida!”. A este homem Jesus chama de tolo, pois sua alma seria levada naquela noite.

Hoje descobrimos que precisamos cumprir certas exigências para atestar que, efetivamente, estamos em Cristo. E, dentre as exigências expostas por Paulo se encontra, em resumo dois atos, um despir e um vestir. Despir-se de todos os gestos, atos, ações e obras que falam e apontam para o velho homem e revestir-se de um “novo homem” em Cristo Jesus, usando uma nova roupa. Uma roupa que aponta para uma nova pessoa e um novo comportamento. A maior marca deste comportamento é a capacidade de distinguir o que é vão ou vaidade, daquilo que realmente é importante em nossa vida. Você já é capaz de fazer essa diferença? Você já vive uma nova vida em Cristo Jesus?

Diversidade, Fundamentalismo e Tolerância

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Rev. Padre Jorge Aquino 

Apesar de todas as experiências de convivência com culturas diferentes, foi somente no surgimento da Idade Moderna que o chamado “velho mundo” experimentou, em larga escala, sua dificuldade de conviver com o diferente. Isso ocorreu com a confluência de três grandes fatores: os grandes descobrimentos, o renascimento e a crise religiosa. O primeiro fator fez com que os europeus percebessem que eles não eram os únicos habitantes do mundo e que haviam inúmeras sociedades e culturas extremamente diferente da deles; o segundo fator fez com que o europeu acreditasse que sua cultura era superior às das colônias e que elas deveriam aceitar todos os valores do centro do poder; o terceiro fator foi a Reforma protestante que cindiu a alma da cultura europeia e que levou para as colônias os mesmos conflitos religiosos e, portanto, a não aceitação das religiões autóctones. Em resumo, de repente o mundo se descobriu como um pluriverso e não um universo. A diversidade estava em todo lugar. Nas palavras do articulista Sáez Ortega (In VILLA, 2000, p. 736), “o aparecimento de novos mundos caracterizados pela heterogeneidade cultural – o bárbaro é substituído pelo selvagem, – a construção de Estados autoritários e centralizados, que pretendem uniformidade étnica e religiosa de seus súditos, pelo uso de instrumentos inquisitórios etc., são fenômenos por intermédio dos quais emergem as contradições que dariam lugar à formulação da idéia moderna de tolerância” (sic).

Uma vez aceita a realidade de que a diversidade é a regra neste Novo Mundo que se abre, descobrimos que o mesmo movimento que procurou promover o respeito entre as diversas culturas – como aconteceu com a publicação de Cartas Persas de Montesquieu – também promoveu a tese de que a religião deveria sucumbir à razão. E em reação à ditadura da razão e contra o modernismo teológico, surge entre os Presbiterianos e Batistas dos Estados Unidos, no início do século XX, um pequeno jornal que defendia o que eles chamavam de The fundamentals. Com o passar do tempo, já em meados do século XX, a palavra “fundamentalista” passou a ser utilizada para definir toda espécie de radical religioso. Em geral podemos afirmar que os fundamentalistas são: politicamente conservadores, intelectualmente impermeáveis a novas ideias, socialmente intolerantes e hermeneuticamente convencidos que possuem a única interpretação verdadeira sobre Deus e a realidade. Lamentavelmente, nos últimos anos estamos vendo o incremento do fundamentalismo em várias religiões, mas, principalmente no islamismo – por meio do Estado Islâmico – cometendo as mais horrendas atrocidades em nome da religião e contrariando o ensino do próprio Corão.

O que não podemos esquecer é que, como dizia Leonardo Boff, “a religião é a alma da cultura”, e ela não pode deixar de ser levada em conta quando o assunto é tolerância. Por isso, para o ilustre pensador cristão Hans Kung, “Não haverá paz entre as nações, se não existir paz entre as religiões. Não haverá paz entre as religiões, se não existir diálogo entre as religiões” (KÜNG, 1992, p. ). E, por via de consequência, não haverá diálogo entre as religiões, se não existirem padrões éticos globais. Nosso planeta não sobreviverá sem um etos global, ou seja, uma ética para o mundo inteiro. Estamos, portanto, diante da necessidade de um diálogo religioso-político-social que seja capaz de criar uma ética global que contemple e respeite a toda a diversidade que essa sociedade multicultural do terceiro milênio compreende.

Somente uma ética que assegure o direito e o respeito à diversidade conseguirá criar um ambiente de tolerância. Para Marcelo Andrade, “em sociedades multiculturais e marcadas pelo preconceito e pela discriminação de vários tipos – racismo, sexismo, xenofobia, homofobia, etc. – a tolerância para com o diferente apresenta-se como uma agenda mínima, urgente e extremamente necessária (ANDRADE, www.novamerica.org.br). Lamentavelmente, a ausência de tolerância foi a responsável por inúmeros casos de limpeza étnica, perseguição política e discriminação por questões religiosas ou por condição sexual. Não podemos mais conviver com isso. Impossível, portanto, esquecer o ensino de Mahatma Gandhi, quando afirma: “A lei de ouro do comportamento é a tolerância mútua, já que nunca pensaremos todos da mesma maneira, já que nunca veremos senão uma parte da verdade e sob ângulos diversos”.

 

Referências Bibliográficas

ANDRADE, Marcelo. Violência, tolerância e diferença. In www.novamerica.org.br, acessado em 20 de junho de 2016.

KÜNG, H. Projeto de Ética Mundial: Uma moral ecumênica em vista da sobrevivência humana. São Paulo: Edições Paulinas, 1992

VILLA, Mariano Moreno. Dicionário de pensamento contemporâneo. São Paulo: Paulus, 2000

Uma Família sem Valores

family em crise

Rev. Padre Jorge Aquino 

Embora muita gente não saiba, o desenho animado “Os Simpsons” representam uma das mais veladas e duras críticas à família comum americana. Esta família é protagonizada pelo pai que é descrito como um homem que chega em casa todos os dias, depois do trabalho, afunda-se em sua poltrona favorita e assiste seus programas de TV enquanto saboreia algumas latinhas de cerveja. Ele não está nem um pouco interessado em sua esposa e muito menos no que ocorre com seus três filhos, um dos quais, um adolescente delinqüente.

Aquele homem, como boa parte dos homens e mulheres de nossa sociedade, acreditam que sua vida é maravilhosa. No entanto, este seriado revela como é medíocre o nível de vida e de entendimento do americano médio. E creio que no Brasil não é diferente.

O que vemos é uma forma lamentável e insignificante de vida. É uma vida sem paixão, sem interesses e sem valores duradouros e sem princípios. Mas acredite meu caro leitor, na vida, existem coisas pelas quais vale a pena crer e lutar.

Não se trata aqui de fazer uma lista de valores e colocar na sua frente. Mas quero citar Kevin Leman quando diz que “os casamentos que levam em conta o lado espiritual da vida são muito melhores do que aqueles que não levam. São casamentos em que tanto o marido como a esposa entendem que existem valores eternos e lutam para que suas vidas se ajustem a eles”.

É bem verdade que não basta entender que existe um significado mais profundo para a vida. Estas coisas mais profundas e estes valores precisam fazer parte de seu casamento. O que significa que o casal precisa tomar uma decisão a produzir gestos concretos que materializem estes valores em seu lar. É preciso lutar para concretizar a compreensão, o companheirismo, a fidelidade, a honestidade, etc.

Como professor de direito vejo a facilidade com que os alunos mentem e são desonestos para consigo próprio, para com o professor e para com a instituição quando estão “colando”. “colar” é normal, dizem meus alunos. Mais tarde, quando forem advogados, juízes ou promotores, dirão “receber propina para julgar ou para pedir o arquivamento do processo, é normal”.

Mas eu pergunto: onde nossa sociedade aprendeu que é normal este comportamento? Primeiro, em casa, com o desinteresse de seus pais em educá-los com valores eternos e princípios sérios, a começar com seu exemplo; e, em segundo lugar, com os “amigos” que servem de exemplo de como enricar “licitamente” com o dinheiro público. O mesmo dinheiro que falta para a saúde, a educação, a moradia, etc.

Definitivamente, uma família sem valores eternos, sem princípios relevantes, sem espiritualidade, só pode caminhar para uma realidade assim. Lembrem-se, uma família sem valores nos levará a um mundo igualmente sem valores. Invista em seu lar e você estará dando um passo para melhorar o mundo.

Oração da Semana

Oracao1

Ó Deus, protetor dos que em Ti confiam, sem o qual nada é forte, nada é santo; acrescenta  e multiplica a tua misericórdia para conosco, a fim de que, sob o teu governo e direção, vivamos esta vida de tal maneira que não percamos a vida eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Reverendo Padre Jorge Aquino

 Pe. Jorge Aquino25

O Rev. Pe. Jorge Aquino é graduado, especialista e mestre em Teologia. Graduado e mestre em Filosofia e especialista em Direito Civil. Foi Sacerdote de Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB) por 12 anos, assumindo os cargos de Pároco na Capela do Campus da UFRN e em João Pessoa, Reitor do Seminário Anglicano de Recife, Arcediago da sub-região norte da Diocese e representante da IEAB no Conselho Nacional de Igrejas Cristãs-RN (CONIC-RN), Conselho Ecumênico Nacional de Combate ao Racismo (CENACORA), além de participar como membro da Junta de Educação Teológica (JUNET) e do Centro de Estudos Anglicanos (CEA). De lá saiu por discordar da falta de transparência na administração diocesana e pela ausência de atividade pastoral de seu Bispo. Em Natal atuou como Vice Presidente do Centro de Direitos Humanos e Memória Popular por sete anos, chegando a ganhar o Prêmio Estadual de Direitos Humanos. Atualmente ensina matérias relacionadas à Filosofia e Hermenêutica Jurídica em Instituições de Ensino Superior, na pós-graduações dos cursos de Direito em Natal. Casado com Mônica Aquino, é autor de 6 livros e diversos artigos em livros e revistas jurídicas e religiosas, além de verbetes em dicionários. Foi também Coordenador do Núcleo de Pesquisa em Direito e Coordenador Editorial da Revista Jurídica Ágora, da Faculdade de Natal. Seu ministério se volta hoje para a formação de novos clérigos e também  para o aconselhamento de casais e a realização de Bodas, Bênçãos religiosas e casamentos religiosos com efeito civil em Português, Inglês, Espanhol e Italiano. Atualmente é Ministro Associado à Paróquia Anglicana de São Jorge e ligado à Iglesia Episcopal Anglicana de Chile. (TIM: 84-99904-8850; OI: 84-98871-4375).

Encontro Matrimonial

Na última sexta tive a oportunidade de conhecer um lindo e apaixonado casal de médicos, Paula e Tácito, que me honrou com o convite para presidir a cerimônia de seu Matrimônio, que realizar-se-á, no próximo ano. Foi realmente uma experiência muito agradável conhecê-los e ouvir seus sonhos e desejos para aquele grande dia. Que Deus nos abençoa para que, durante nossos encontros, sejamos iluminados em tudo o que discutirmos e decidirmos.

Paula e Tácito

Padre Jorge Aquino no Matrimônio de Mara e Weberton

Ontem à noite tive a oportunidade de presidir a união matrimonial de Mara e Weberton que ocorreu em uma linda cerimônia realizada no Império Boaz Recepções. Foi uma alegria para mim unir, por esse ato sacramental, duas pessoas esforçadas e sonhadoras e que, com seu esforço realizaram seu maior sonho. Que o amor de vocês, expresso diante de todos os que estavam ali presentes, se concretize diuturnamente em suas vidas e que Deus esteja sempre presente nessa nova família que surge.

Sermão do Domingo do Próprio 12

Jorge

(Gênesis 18: 20-33; Colossenses 2: 6-15; Lucas 11: 1-13)

TEMA: O comportamento de quem recebeu a Cristo (Colossenses 2: 6-15).

Introdução: Lamentavelmente vivemos hoje em dia uma inversão de valores. As pessoas valorizam muito mais a aparência do que a essência das coisas; o que é assessório ao invés do que é fundamental. No mundo chamado “cristão” verificamos a mesma inversão de valores. O ministro de “sucesso” é aquele que tem a igreja lotada de gente, embora ele traia a essência do cristianismo. Da mesma forma, o “verdadeiro cristão” tem que ser aquele que possui uma linda casa própria e um ou dois carros de luxo.

Elucidação: No texto da Epístola que lemos hoje Paulo está ensinando aos colossenses como deve ser seu comportamento diante de uma realidade hostil ao Evangelho de Cristo e cheia de ensinamentos antagônicos à fé cristã. Em resumo, uma realidade bem parecida com a nossa. E é justamente nesse contexto que Paulo pretende dizer aos irmãos de Colossos, como deve ser o comportamento de quem recebeu a Cristo. Este comportamento se caracteriza por, pelo menos, três inclinações:

I. ESTANDO PROFUNDAMENTE LIGADO À ELE (v. 6, 8)

  1. A quem recebemos como Senhor. Segundo R.E.O. White, receber “é um termo técnico, que designa a perpetuação do ensino tradicional mediante instrução formal”, e a grande mensagem que recebemos é que Jesus Cristo é o Senhor.
  2. Com quem devemos andar. A ideia de Paulo era bastante simples. Devemos andar conforme o ensinamento que recebemos. Se já recebemos esse ensinamento, andemos como quem é servo de Jesus. E isso significa: a) estar arraigados, ou seja, estamos plantados em Cristo como uma arvore está arraigada ao solo, recebendo dele tanto a segurança quando os nutrientes necessários para uma vida saudável. Em segundo lugar devemos andar como quem está b) edificados, ou seja, fundamentado e com firmeza em sua vida e propósitos. Em seguida Paulo diz que devemos andar c) confirmados na fé, dando a entender, com essa palavra, que está em jogo “associações legais, de se garantir uma compra, confirmar testemunho ou juramento” (R.E.O. White). Além disso, devemos andar d) conforme fomos ensinados, ou seja, de acordo com a vossa fé, segundo a qual Só Jesus é o Senhor, e) abundando em ações de graças, por tudo o que dele recebemos e que será exposto logo em seguida pelo Apóstolo.
  3. Tendo cuidado com as filosofias e vãs sutilezas. Além de “impelir aos cristãos a se lembrarem da plenitude da experiência que eles já tinham recebido” (R.E.O. White), Paulo também os conclama a se desligarem das especulações ociosas. Isso significava que a rica e profunda experiência que eles tinham em Cristo contrastava fortemente com a “natureza predatória” da filosofia daqueles hereges. Por isso era necessário ter cuidado para não se tornarem “presas” dessas pessoas, “levando-vos como rapina, para a escravidão” (R.E.O. White). Esta filosofia era a) segundo a tradição dos homens, ou seja, absolutamente produzida pela vã imaginação e especulação humanas, e b) segundo os rudimentos do mundo, ou como diz uma tradição: “de acordo com os espíritos elementares do universo ou do cosmo” ou como simples “rudimentos de religião”, referência aos ensinos ditos “avançados” dos gnósticos. d) e não segundo Cristo: viver segundo Cristo, para o coração do cristão já é o bastante.

Aplicação: Assim como os frutos, as flores, e as folhas de uma árvore recebem a seiva que vem pelo tronco e se espalha pelos galhos, da mesma forma, os cristãos, unidos à Cristo, recebem dEle tudo o que é necessário para uma vida em união com Deus. Isso implica em uma nova realidade que muda nossa mente e que tem repercussões em nossa vida.

II. RECONHECENDO QUE ELE É SENHOR SOBRE TUDO (v. 9-10)

  1. Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. Ao invés de olhar para o Cristo como um mero “homem glorificado” ou um “espírito evoluído”, Paulo diz que nEle está presente, inteiramente, toda a plenitude da divindade. Paulo usa emprestado a palavra mais usada pelos gnósticos – plêrôma – para indicar que “Cristo possui a natureza divina inteira, com todos os seus atributos e manifestações: tudo concentrado ‘em uma só pessoa’” (Champlin). E arremata dizendo que a plenitude da divindade está presente corporalmente ou seja, sômatikôs, que se traduz por “pertencente ao corpo. Com essa palavra ele contrariava os dualistas gnósticos que acreditavam que o corpo (soma) era o princípio de todo mal. Mas Deus, ao revelar-se a nós, assumiu a forma e a natureza humana, mostrando que sua ação atingiria o homem todo, não apenas a metade dele.
  2. Em quem temos nossa plenitude. Ter a plenitude nEle, segundo William, citado por R.E.O. White, significa que “tudo o que uma pessoa não apenas precisa, mas também pode ter”, está disponível. O cristão não precisa de qualquer complementação vinda do gnosticismo, das religiões de mistério, do judaísmo ou de qualquer outra expressão religiosa ou filosófica. Cristo nos preenche com sua plenitude.
  3. Naquele que é o cabeça de todo principado e potestade. É por sua condição de “Deus que se fez carne”, que ele pode se colocar na condição de “cabeça” de todos os “principados e potestades”, ou seja, ele tem a supremacia sobre todos os seres celestiais e todos os demais poderes do universo.

Aplicação: No texto do Evangelho de hoje Jesus nos ensina a orar. Ele não apenas nos mostra a chamada oração do “Pai nosso”, mas também, nos ensina que se nós, humanos e maus, sabemos presentear nossos filhos com coisas boas, quanto mais nosso Pai celestial, que se encarnou por amor a nós, e nos tornando plenos, nos uniu ao Cabeça que é Cristo – submetendo todos os principados e potestades do universo – não nos daria sua graça maravilhosa!

III. VIVENDO UMA NOVA VIDA À SEU LADO (v. 11-15)

  1. Já que nele fomos circuncidados (v. 11). Aqueles que estão em Cristo já devem se sentir “circuncidados nEle”. Isso significa, diz R.E.O. White, que “Se os hereges insistiam na circuncisão como ordem divina, como ato profilático contra o pecado da carne, como um talismã contra os espíritos maus ou como um sinal de superioridade dos mestres judeus, o problema foi levantado claramente”. E a resposta é simples: para Paulo a circuncisão não vale nada (Gl 5:6; 6: 15; I Co 7:19). Para Paulo, todo cristão já é circuncidado, mas com outro tipo de circuncisão: a) a que não é feita por mãos humanas, porque não é operada por um sacerdote humano, porque é espiritual e operada por Cristo; b) a que não exige que se jogue fora a carne, ou seja, o cristão, ao encontrar-se com Cristo, não joga fora apenas um pedaço de carne – o prepúcio -, mas abre mão de todo o “corpo da carne”; c) mas a circuncisão de Cristo: Paulo não está fazendo referência à circuncisão ao qual o próprio Cristo se submeteu, mas à entrega de seu próprio corpo na cruz (ver 1: 22).
  2. Já que com ele fomos sepultados no batismo (v. 12). Uma vez que Cristo sofreu, morreu e foi sepultado em nosso lugar e para o nosso benefício, Hendriksen nos diz que “Quando pela graça soberana de Deus recebestes a Cristo como vosso Salvador e Senhor recebestes também a segurança de que vosso ser anterior, tão detestável e carregado de culpa como era, foi sepultado com ele, e o estado que tinhas em relação à lei mudou de objetos de condenação para recipientes de justificação (Rm 8: 1-4; 5:1). Por conseguinte, não apenas fostes sepultados com ele, mas também fostes ressuscitados com ele”. Na metáfora do batismo Paulo nos ensina que aquele que está em Cristo já passou pelo rito iniciatório que marca o começo de uma nova vida de obediência ao Senhor Jesus.
  3. Em quem fomos ressuscitados. Paulo nos diz com a metáfora do batismo e da ressurreição que, assevera Ralph Martin, “O meio sacramental mediante o qual Sua vitória fica sendo a deles [os cristãos] é o batismo, em que a fé é um integrante vital. É mediante a fé e no batismo que a nova vida do crente começa” de modo apropriado.
  4. Por quem fomos vivificados e perdoados (v. 13). Estas duas palavras fazem toda a diferença para quem vivia aprisionado pelas doutrinas que nada faziam a não ser manter cativa nossa mente e coração por meio da culpa que sentíamos. Paulo usa a palavra grega sunezôopoiêsen, para se referir a “vivificar juntamente com”, justamente porque ela indica que fomos vivificados com Cristo. E não apenas isso, fomos também perdoados, ou, em grego charisámenos, cuja raiz charis, nos fala da graça perdoadora de Deus que “dá livremente e graciosamente” o perdão para todos os delitos. Isso significa que aquele que está em Cristo já não vive na esfera da morte e da culpa, mas da vida e do perdão.
  5. O qual riscou nossa dívida (v.14). O significado do perdão que recebemos em Cristo é apresentado por Paulo por meio de uma metáfora bastante comum no comércio da época, a nota promissória que exigia um pagamento. Ao cancelar o escrito de nossa dívida – cumprindo as exigências da lei em nosso lugar -, Ele nos deu o perdão. Por isso Paulo nos diz que Cristo fez duas coisas com esse documento: a) removendo-a de nós, o termo usado por Paulo no original grego é exaleiphein, que tanto significa “apagar”, quanto significa “remover esfregando” e portanto, “tirar da vista”, assim como apagamos o que se escreve em uma lousa na sala de aula. Nossa dívida foi apagada e em seguida, b) cravando-a na cruz, ou seja, cravar ou pregar esse documento – agora completamente apagado e sem nada a ser lido – na cruz, é uma confirmação da vitória de Nosso Senhor contra as forças espirituais que nos acusam constantemente. Para Bruce, citado por Ralph Martin, essa ação sugere “um ato de desafio triunfante diante daqueles poderes chantagistas” que ameaçavam os colossenses por meio de um sistema herético com aparência de santidade.
  6. O qual triunfou sobre os principados e potestades. Comentando esta frase Ralph Martin é muito feliz ao dizer que: “As forças espirituais que vos acusavam (diz ele) foram finalmente derrotadas por Cristo, que Se despiu do ataque deles que se apegava a Ele. Despojo-as de seu governo e desmascarou-as – usurpadores e tiranos, dominando os seres humanos e fazendo deles as petecas do destino e da necessidade férrea em subserviência a um culto astrológico”. E Cristo triunfou sobre eles, primeiro, a) despojando-os, ou seja, quando Paulo o usa o particípio aoristo médio do verbo apokduomai, que quer dizer “tirar”, Paulo nos diz que Cristo mesmo, retirou de si, portanto despojou-se, de todas as forças malignas que lutaram tão intensamente durante seu ministério tentando força-lo a abandonar o caminho da cruz. E foi justamente lá onde Ele venceu todas essas forças. b) na cruz. A cruz de Cristo foi o cenário cósmico do desmascaramento público e cabal dessa doutrina, bem como de seu triunfo retumbante.

Conclusão: Na leitura do texto de gênesis encontramos um diálogo entre Abraão e Deus. Neste diálogo Abraão toma conhecimento dos planos de Deus em destruir as cidades de Sodoma e Gomorra em função de sua vida cheia de pecados e de individualismo. Ao saber disso, Abraão intercede por aquelas cidades dizendo que Deus não poderia destruir o justo com o injusto. Deus concorda com ele. Daí em diante, Abraão passa a perguntar quantos justos seriam necessários para que Deus não destruísse a cidade. E esse número decresce de 50 até 10, mostrando que Deus é gracioso o bastante para permitir a existência daquelas cidades se existissem lá, pelo menos 10 justos. Às vezes temos que insistir com Deus para que tenha misericórdia dos pecadores, ou melhor, de nós! E Ele tem. Por isso, quando se tornou impossível não reagir às iniquidades daquelas cidades, Deus retirou Ló e sua família de lá.