Foi em um dia 30

Jiqui Coutri Club

Dia 30 de junho é um dia especial.

Não apenas porque é o último dia dos mes

Ou o que antecede o início dos meses seguintes

Mas porque foi em um dia trinta em que conheci a mulher da minha vida.

Tudo começou sem qualquer pretensão

Meu aluno a apresentou a mim em uma festa, no Jiqui Countri Club

Mas a festa transcorria

E o tempo passava.

Mesmo sem saber, ela havia me notado

De uma forma especial

De uma forma única

Ela desejava conversar comigo e eu nem sabia.

Quando resolvi ir embora

Ela me foi apresentada como alguém com quem dançar a última dança.

E quando nos postamos no salão

Um corpo colado ao outro

E trocamos as primeiras palavras e os primeiros olhares

Alguma coisa mudou em minha vida

Esse foi o último ato do dia 30

Perguntei se poderíamos conversar em outro lugar

Conversamos por quase uma hora

Mas foi o bastante

O bastante para começar o dia primeiro sabendo que um novo começo era possível

Falei de minhas dores

Expus minhas mazelas

E, contrariando a lógica da vida, no dia primeiro, começamos uma relação

Selada com um beijo

Confirmada com um encontro mais tarde

Em um encontro em minha casa

Um encontro de corpos

Um encontro de desejos

Um encontro de sonhos

E tantos anos depois, anda nos lembramos desse dia

Não apenas do dia 30, mas do primeiro dia

O primeiro dia do resto de nossas vidas

O primeiro dia de uma relação de cumplicidade

O primeiro dia de uma vida de amor e de paixão

O primeiro dia de um compromisso que se renova a cada dia

E, em cada dia, protocoladamente, reafirmamos nosso desejo e nosso sentimento

De amar e de sermos fiéis

Até o fim de nossos dias

Não sabemos quando esses dias terminarão

Mas sabemos que eles foram e serão intensos

Verdadeiros e cheios de intimidade

Tão íntimos um ao outro

Que somente uma patologia poderia explicar tal relação

Bendita relação

Linda relação, que começou em um dia 30

Solenidade de São Pedro e São Paulo

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São Pedro e São Paulo são considerados “os cabeças dos apóstolos” por terem sido os principais líderes da Igreja Cristã Primitiva, tanto por sua fé e pregação, como pelo ardor e zelo missionários. Apesar de serem teologicamente distintos, o que pode ser verificado no livro dos Atos dos Apóstolos, ambos foram escolhidos por Cristo para assumirem o apostolado e entregarem suas vidas pela missão que lhes foi entregue. Devemos olhar para os dois como exemplo de que Deus usa pessoas diferentes e com diferentes dons e temperamentos para que sua obra seja feita.

Festa da Natividade de São João o Batista

Hoje, todos os cristãos celebram o nascimento daquele que seria o precursor de Jesus Cristo, por meio de sua pregação sobre o arrependimento. Ele preparou o caminho do Senhor anunciando que todos nós – mesmo os reis da terra -, precisam se arrepender de seus pecados e se submeterem à vontade de Deus. João Batista o primeiro a indicar que Jesus era o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

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O dia dos namorados

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Reverendo Padre Jorge Aquino.

Quase ninguém sabe, mas o dia dos namorados surgiu inspirado em uma estória que ocorreu na antiga Roma. Diz a estória que o Imperador Claudius II proibiu a celebração de casamentos porque acreditava que os homens solteiros eram mais adequados em caso de guerra vez que não tinha relação com ninguém. Ocorre que, contrariando às ordens do Imperador, um padre continuou celebrando casamentos veladamente. Seu nome era Valentino. As autoridades romanas descobriram o que ele estava fazendo e ele foi condenado à morte no dia 14 de fevereiro.

Esta história de coragem e desprendimento correu o mundo e o dia do sacrifício de Valentino acabou sendo associado ao dia dos namorados em diversos países da Europa, América, México e outros. Nestes países existe até hoje o “Valentine’s Day”.

Em nosso país, o dia dos namorados foi escolhido como o dia 12 de junho, ou seja, a véspera do dia de Santo Antônio o conhecido “santo casamenteiro”. O dia dos namorados no Brasil nada tem de romantismo. Ele foi criado nos anos 50 com a única finalidade de lucro para o comércio. Desde então, se tornou uma tradição nacional. É claro que os casais adoram esse momento. O que ninguém percebe é há dois problemas que precisam ser indicados aqui. O primeiro é que, em nossa sociedade capitalista, essa data é apenas mais um truque do mercado para ganhar dinheiro. Uma forma de fazer o dinheiro “girar”. Se você tem uma namorada ou esposa, saiba, todos os dias são dia dos namorados. Você não precisa de um motivo especial para chegar em casa com um presente para ela.

Uma outra idéia muito comum é achar que namoro é algo que tem a ver com adolescência. Charbonneau (1985, p.25) diz que “namorar é próprio dessa idade”. Concordo que é nesse momento em que começamos nossas experiências amorosas, mas elas não estão limitadas a esse momento da vida. Muito pelo contrário. Quero desafiá-lo a viver um eterno namoro com sua esposa ou com seu esposo.

Quando buscamos o dicionário Houaiss, encontramos lá que o verbete “namorar” significa “empenhar-se em inspirar amor a alguém”; galantear, cortejar, seduzir, mostrar interesse por envolver-se, etc. Só estas poucas palavras já nos dão uma visão extremamente abrangente do que é o namoro.

No momento em que criou o homem Deus o criou não como indivíduo, mas como casal: “não é bom que o homem esteja só”, disse ele. E assim como o amor nasce com o homem, assim o homem nasce com o amor. Isso significa que faz parte de nossa natureza humana a experiência quatro estágios:

  1. Cortejar e galantear. O cortejo é um cumprimento ou uma saudação que faz com que a pessoa se sinta especial. Por meio do cortejo a pessoa se sente única. Dentre todas as demais presentes, ela foi a escolhida. Algo naquela pessoa despertou sua atenção de tal forma que você já não tem mais olhos para mais ninguém. Esta é a primavera do amor. Quando nos apaixonamos e achamos que aquela pessoa é única. O namoro nesse estágio é lindo e perfeito!
  2. Mostrar interesse por envolver-se. Depois da primavera vem o verão e com ele nos damos conta de que nosso parceiro não é tão perfeito quanto achávamos. Surgem alguns desapontamentos e decepções. Alguns ficam desiludidos e acabam desistindo da caminhada. Mas quem quer investir no relacionamento se dá conta de que é preciso um certo esforço e trabalho para que a relação vá em frente. Por isso o interesse é fundamental. O namoro nesse estágio exige persistência, criatividade e muita paciência.
  3. Para aqueles que suportaram o sol causticante do verão surge agora o momento dourado, rico e satisfatório do outono. Agora o amor está mais maduro e compreensivo com os defeitos e as imperfeições de nosso companheiro. Somos até mais conscientes de nossos próprios defeitos. É um momento de partilha e agradecimento na vida do casal. Esse é o momento de relaxar e fruir do amor que foi desenvolvido até aqui. O namoro nesse estágio é maduro, consciente e satisfatório.
  4. Mas um belo dia chegamos ao inverno do amor. Segundo o Dr. John Gray em seu livro: Homens são de marte mulheres são de Venus (1997, p. 302), esse “É um momento de descanso, reflexão e renovação. Esse é um momento, num relacionamento, em que experimentamos nossa própria dor não resolvida ou nosso eu obscuro. É quando nossa tampa sai e nossos sentimentos dolorosos emergem. É um momento para crescimento solitário quando precisamos cuidar mais de nós mesmos do que dos(as) nossos(as) parceiros(as) por amor e satisfação. É o momento para cura. Esse é o momento em que os homens hibernam nas suas cavernas e as mulheres mergulham no fundo de seus poços”. Depois desse momento de cura interior eis que ressurge a primavera. E agora movida por um amor mais forte e lúcido vez que curado pela jornada invernal de cura interior. Namorar durante o inverno pode ser difícil e exige sobriedade e paciência para permitir que nosso cônjuge passe por seus lutos e feche suas gestalts inacabadas.

Mas não se engane, diz John Gray (1997, p. 303): “o amor é sazonal. Na primavera é fácil, mas no verão é um trabalho árduo. No outono você pode se sentir muito generoso(a), mas no inverno pode se sentir vazio(a)”. O importante é compreender que esses momentos de plenitude e aridez não significam que não há mais espaço para se interessar pelo outro e namorar. Durante os momentos ruins precisamos nos abrir para aprender e escutar.

Finalmente saiba, um casal que pretende ser “eternos namorados” não precisa de tanta coisa. Em uma de suas poesias, Schiller (1759-1805) escreve: “Mesmo na menor cabana há espaço/ Para um casal de namorados”. Essa pequena cabana juntamente com a motivação adequada do amor levará vocês por toda uma vida de amor frutífero.

Certo dia recebi em minha casa um casal que desejava casar e que me pediu que os avós da noiva entrassem com as alianças. Quando eu perguntei a razão à noiva me disse que eles têm 54 anos de casados. E que, aproveitam para viajarem juntos, jantarem juntos, passeiam sempre de mãos dadas e, que quando o avô vai caminhar com a neta, ele sempre para com a finalidade de apanhar uma flor e levar para sua esposa. E encerrou sua explicação dizendo: “eles são eternos namorados”. Diante deste testemunho, me dei por satisfeito. Sim, é possível namorar até o último dia de sua vida!

Referência bibliográfica

CHARBONNEAU, Paul-Eugène. Namoro e virgindade. São Paulo: Moderna,1985.

GRAY, John. Homens são de marte mulheres são de Venus. Rio de Janeiro: Rocco, 1997

Espiritualidade e Tempo

tempo

O pensador Augusto Cury escreveu certa vez: “Descobrimos nossa espiritualidade quando despertamos para a finitude da vida”. Infelizmente demoramos muito para fazer essa descoberta e viver a vida com mais sentido e significado. Não espere os anos passarem para cair em si e perceber que somente quando vivemos “em” e “para” Deus, nossa vida tem sentido.

Um Breve Desabafo…

desabafo

Queridas noivas, amigos, parceiros e companheiros de trabalho deste ramo nem sempre muito compreendido. Há pessoas que acham que podem fazer o que querem e quando querem com os outros. Marcam um horário e não cumprem; ficam de fazer um pagamento e não fazem; dão a palavra e não a sustentam. Cada dia fico mais decepcionado com essa sociedade que só quer direitos mas não cumpre seus deveres. Em quase 30 anos de ministério fazendo casamentos, nem mesmo quando estava cirurgiado deixei de ir e de celebrar o matrimônio. O que acho estranho é que as pessoas exigem e não fazem sua parte. Já marquei encontros matrimoniais e fiquei esperando pelos noivos, mas eles nunca chegaram. O pior é que eles sequer se dão ao trabalho de ligar desmarcando ou remarcando a reunião. Há quem estranhe que eu peça o pagamento adiantado. Mas a explicação é simples. Recebo ligações todos os dias, muitas vezes, para a mesma data e horário. A quem deverei atender? Tenho que ter um critério e estabeleci este: quem pagou primeiro tem a preferência. No ano de 2015 fui procurado por uma noiva que mora em outro país e que, ao saber que não teria mais data e horário disponíveis para ela, pois uma outra noiva já havia pago desde 2013, ela me propôs que pagaria três vezes mais. O problema é que eu zelo muito pela palavra empenhada. Antes mesmo de um contrato escrito, para mim a palavra é mais importante.

O Sucesso Financeiro 4

Happy money man

Padre Jorge Aquino.

Que o sucesso profissional é muito importante para todos nós, não há dúvida. Mas existe um quarto problema que ele pode gerar. Normalmente esse problema aparece quando há uma grande disparidade entre os salários do casal e quem ganha mais se insurge como o “iluminado” que decide tudo o que deve ser feito na vida dos dois.

Inicialmente é fato que, em toda a minha vida de ministro, só encontrei um casal que ganhavam a mesma quantia. Era um casal de tenentes da marinha que haviam entrado no mesmo concurso. No entanto, todos os outros casais com os quais já tive que conversar, tinham salários diferentes. As vezes era o noivo quem ganhava mais; as vezes era a noiva. Mas como decidir o que fazer com o salário que ambos recebem?

Em geral existem três posturas que dizem respeito ao que fazer no dia seguinte ao recebimento do salário. Existem, primeiramente, aqueles que acham que todo o dinheiro deve ser colocado em um fundo comum, no qual não se pode mais dizer o que é “meu” ou “seu”. Tudo é “nosso”. E desse fundo comum todas as contas são pagas e, o que sobrar será objeto de deliberação do casal. Provavelmente boa parte das pessoas que você conheça viva assim.

Mas existe uma segunda possibilidade. Existem casais que, embora casados, mantêm sua vida financeira de forma autônoma. Eu já fiz casamentos nos quais o noivo recebia seu salário, pagava suas contas, seu carro, a conta de seu celular, seu plano de saúde e guardava o resto em sua poupança. Da mesma forma, agia a noiva. Ambos tinham uma vida econômica absolutamente independente. É claro que as contas comuns como água, luz, internet, TV por assinatura e aluguel, eram divididos. O restante era individualizado. Quando um deles queria convidar o outro para jantar ou almoçar, era esse o responsável por pagar a conta. E a vida seguia. Pode parecer muito estranho para você. Mas eles viviam felizes desse jeito. E, como dizia um certo filósofo do direito chamado Kelsen: “O acordo entre as partes tem força de lei”. Logo, não será o padre que vai dizer que eles estão errados.

Por fim, existe uma terceira alternativa para tratar dos ganhos financeiros: trata-los na forma percentual. Isso significa que, se o noivo recebe 10 mil reais e a noiva recebe 5 mil, ele é responsável por 2/3 do que ganha o casal e ela é responsável por 1/3. Seguindo esse raciocínio, se ele é o responsável por 2/3 da receita, ele se responsabilizará por 2/3 das despesas; e se ela é a responsável por 1/3 da receita, se responsabilizará por 1/3 das despesas. Dessa forma, ninguém poderá dizer que está contribuindo mais do que o outro para a relação. Essa forma de administrar o dinheiro é, certamente, mais justo – de uma perspectiva financeira. Estou certo que se aquela juíza do exemplo nº 2 tivesse escolhido esse tipo de administração financeira, os problemas não teriam surgido.